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Justiça Quarta-feira, 08 de Janeiro de 2025, 09:03 - A | A

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Caso Reclassificado

Justiça concede liberdade à mãe e padrasto de bebê espancado e morto em Campo Grande

A decisão sobre a liberdade provisória foi tomada em dezembro do ano passado pelo juiz Ruy Celso Barbosa Florence

Viviane Freitas
Capital News

A mãe, Marcieli de Jesus Vieira, e o padrasto, Eduardo José Barbosa, receberam liberdade do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul após responderem pelo assassinato do filho de Marcieli, Jhemerson de Jesus, de 2 anos, ocorrido em fevereiro de 2024, em Campo Grande. A criança estava internada com lesões graves, como trauma no pulmão, fígado, crânio e líquido no abdômen, e durante a investigação, ambos foram indiciados por homicídio doloso, mas o crime foi desclassificado para lesão corporal seguida de morte, com pena prevista de 4 a 12 anos.

A decisão sobre a liberdade provisória foi tomada em dezembro do ano passado pelo juiz Ruy Celso Barbosa Florence, que entendeu que a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares mais brandas seria adequada. Entre as condições, Marcieli e Eduardo devem manter o endereço atualizado, comparecer aos atos do processo, justificar atividades mensalmente ao juízo, evitar frequentar bares e usar tornozeleira eletrônica por até 180 dias.

O caso ganhou notoriedade em 23 de janeiro de 2024, quando Jhemerson foi internado em estado grave na Santa Casa, após ser espancado. Marcieli informou que ele teria caído de um degrau enquanto brincava com sua irmã de 4 anos, mas a Polícia Militar, ao investigar o caso, descobriu que tanto a mãe quanto o padrasto haviam agredido a criança. Inicialmente presos por tentativa de homicídio, o crime foi reclassificado para homicídio após a morte do bebê.

A delegada Nelly Macedo, responsável pela investigação, destacou que o maior desafio foi entender a dinâmica do ocorrido, pois as versões apresentadas pela mãe e o padrasto eram inconsistentes. A polícia descobriu que, apesar de relatarem um acidente, as lesões eram graves demais para serem causadas por uma simples queda, o que levou a polícia a suspeitar de homicídio. Imagens de câmeras de segurança confirmaram que ambos estavam presentes durante as agressões.

Após a morte da criança, o caso foi reclassificado e o casal, que na época morava nas ruas, passou a ser investigado por homicídio. A delegada também revelou que eles tentaram fugir da responsabilidade e só se apresentaram quando a foto do padrasto foi divulgada. O inquérito contou com depoimentos de mais de 10 pessoas, incluindo o pai biológico de Jhemerson e o pai da filha de Marcieli, de 4 anos, que foi colocada em abrigo pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

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