Francisco Cezário de Oliveira, ex-presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), recorreu ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) para tentar reverter sua destituição do cargo. Ele foi afastado após uma Assembleia Extraordinária realizada em 14 de outubro deste ano. A Assembleia decidiu pela sua saída após sua prisão na Operação Cartão Vermelho, que investiga irregularidades na gestão da FFMS.
Cezário entrou com um recurso solicitando uma liminar para suspender os efeitos da decisão e retomar a presidência. No entanto, o juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 2ª Vara Cível, negou o pedido. A defesa de Cezário, insatisfeita, argumentou que a assembleia foi conduzida de maneira ilegal, pois o parecer jurídico que fundamentou a destituição não seguiu as formalidades exigidas pela Lei nº 9.615/1998.
Além disso, a defesa questionou a ordem dos procedimentos adotados pela FFMS, afirmando que uma assembleia geral deveria ter sido convocada antes da extraordinária. Eles alegaram que essa falha impediu Cezário de retornar ao cargo e afetou a legalidade da destituição.
O recurso foi distribuído para a juíza Cíntia Xavier Letteriello, da 4ª Câmara Cível do TJMS, mas até o momento não houve decisão sobre o pedido. No dia 19 de dezembro, a juíza rejeitou a liminar, argumentando que as deliberações da Assembleia da FFMS eram soberanas e não apresentavam irregularidades.
Cezário foi afastado após a Operação Cartão Vermelho, conduzida pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que revelou desvios de mais de R$ 6 milhões na gestão da FFMS. Cezário chegou a ser preso, mas foi solto por habeas corpus e está proibido de exercer funções na Federação. O cargo de presidente interino foi assumido por Estevão Antônio Petrallas.
A Assembleia que afastou Cezário foi considerada legítima pela Justiça, reforçando a ideia de que o futebol no estado precisava de uma nova liderança. Em abril de 2025, a FFMS realizará eleições para escolher o novo presidente, marcando o fim de um longo período de liderança concentrada nas mãos de Cezário.
A decisão judicial reflete a necessidade de mudar a história da FFMS, marcada por acusações de má gestão e desvio de recursos. A juíza destacou que as questões internas da Federação não estão diretamente ligadas às investigações criminais, mas que a mudança de liderança é essencial para o futuro do futebol no estado.