O agronegócio de Mato Grosso do Sul, especialmente na região centro-sul, enfrentou uma grave crise nos últimos três anos, marcada por perdas severas devido ao clima adverso, altos custos de produção e a queda nos preços das commodities.
Essa é a avaliação do deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), 1º secretário da Assembleia Legislativa, que trouxe o assunto à sessão plenária desta terça-feira (17). O alerta foi feito após uma reunião com o governador Eduardo Riedel, o vice-prefeito de Maracaju, Mauro Christianini, e produtores rurais do município para debater possíveis soluções e medidas de apoio emergenciais.
“O agro no Mato Grosso do Sul passa por um momento muito delicado. São três anos consecutivos em que os produtores da região centro-sul estão acumulando prejuízos, o que é extremamente preocupante. O cenário de seca prolongada, altas temperaturas e custo elevado dos insumos, associado à baixa margem de lucro e às altas taxas de juros praticadas pelos bancos, está inviabilizando o trabalho no campo”, alertou Paulo Corrêa.
Uma das medidas discutidas no encontro com o governador Eduardo Riedel foi o alongamento das dívidas dos produtores rurais para prazos de 15 a 20 anos, com juros subsidiados, nos moldes de programas de securitização anteriores. Esse modelo permitiria aos agricultores respirar financeiramente e reorganizar suas atividades sem o peso das dívidas acumuladas, conforme afirma o produtor rural e empresário Valdenir Portela.
“Queremos apenas um alongamento dessas dívidas, nos mesmos moldes de securitização que ocorreram no passado. Isso permitirá ao produtor continuar produzindo e quitando suas obrigações sem perder crédito, propriedades, máquinas ou outros bens dados como garantia. Buscamos um alongamento da dívida para 20 anos, com juros subsidiados, que permita aos bancos conceder empréstimos, às vendas fornecer insumos e, principalmente, que produza ao produtor condições reais de pagamento”, esclareceu Portela.