A CPI do Transporte Público da Câmara de Campo Grande realizou nesta segunda-feira (28) a primeira oitiva de especialistas para embasar as investigações. A engenheira civil e mestra em Mobilidade Urbana, Lucia Maria Mendonça Santos, foi ouvida e destacou a responsabilidade da Prefeitura na gestão e fiscalização da concessão do transporte público. "É a Prefeitura que deve trabalhar para o usuário do transporte. A gestão da receita não pode ficar nas mãos dos empresários", afirmou.
Durante a audiência, Lucia também alertou para falhas na gestão do contrato do transporte coletivo. Segundo ela, a ausência de fiscalização compromete a operação do serviço. "Quando o município não fiscaliza, o sistema não funciona com comprometimento. A Prefeitura precisa se estruturar para acompanhar a operação", reforçou a especialista. A oitiva trouxe comparações com sistemas de outras cidades, o que, segundo a vereadora Luiza Ribeiro, oferece novas direções para a CPI.
A relatora da comissão, Ana Portela, criticou a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) pela falta de fiscalização. Para o vereador Júnior Coringa, as informações obtidas indicam a necessidade de solicitar dados sobre receitas do consórcio Guaicurus, da Agereg e da Agetran. Já Maicon Nogueira anunciou que pedirá a convocação do ex-prefeito Marquinhos Trad para prestar esclarecimentos sobre o período em que esteve à frente da gestão municipal.
O presidente da CPI, vereador Doutor Lívio, destacou que os trabalhos de investigação seguem intensos e a coleta de informações da primeira fase ainda não está concluída. Ele adiantou que já há oito oitivas agendadas e confirmou que a próxima será na segunda-feira (5), com a participação do diretor-presidente da Agereg, José Mário Antunes da Silva, a partir das 14h no plenarinho Edroim Reverdito, na Câmara Municipal.