A. Ramos/Capital News
Sem salário e perspectiva de receber, enfermeiros da Santa Casa adotam paralisação
Com pendência do salário de julho, e problemas para obter satisfação sobre quando os 1.400 trabalhadores da enfermagem da Santa Casa de Campo Grande irão receber, o sindicato da categoria oficializou nesta terça-feira uma greve. A paralisação de atividades ocorrerá de maneira alternada com redução drástica do atendimento, porém não total, em virtude da manutenção do serviço de urgência e emergência inalterado, mesmo com o problema vigente.
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“O pagamento não saiu e a Prefeitura de Campo Grande sequer deu alguma devolutiva sobre quando irá ocorrer o repasse, assim como a Santa Casa, por meio do seu presidente. Só queremos saber o que vai acontecer e que medidas serão tomadas pelo nosso prefeito, pela administração do hospital. Sem qualquer resposta continuaremos mobilizados, “, afirmou o presidente do Siems (Sindicato de Enfermagem do Mato Grosso do Sul), Lázaro Santana, em reunião com a categoria, na frente da instituição, após a oficialização da greve.
A paciência da categoria frente a problemas com atraso “na hora de receber” na Santa Casa de Campo Grande e até dentro do próprio Executivo Municipal vem sendo testada há anos, com situações como o escalonamento de salários em 2015, ou as promessas de atualização inflacionária dos pagamentos. A onda de insatisfação na Enfermagem ajudou inclusive na capacidade de mobilização dos profissionais da área, que pela primeira vez na história política da Capital elegeram dois vereadores: Cida do Amaral (PTN) e Hederson Fritz (PSD), ambos de partidos que apoiaram a campanha de Marquinhos Trad para prefeito.
O impasse para a regularização dos pagamentos esbarra em repasses da Prefeitura que estariam sendo aguardados desde junho, o que dificulta a operação para encerramento da greve. Sem apoio do Poder Público, garantido por convênio, o hospital convive com a situação de resolver impactos financeiros retroativos e o buraco do mês vigente, embaraço que tem atrapalhado até no diálogo com os colaboradores. O Executivo da Capital não se manifestou oficialmente ainda sobre as negociações com a categoria, ou com a própria Santa Casa sobre os atrasos.
Apoia a greve, o Sintesaúde (Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores de Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Mato Grosso do Sul. Estima-se que mais de 70% dos técnicos de enfermagem e enfermeiros com atividade na instituição estejam envolvidos na paralisação.