A própria comunicação oficial da Santa Casa de Campo Grande, a respeito do pagamento dos salários de julho, feito aos 3,7 mil funcionários nesta sexta-feira (11), creditou à mediação de parlamentares o sucesso nos esforços para o fim da greve de colaboradores da Enfermagem.
Responsável por uma parcela considerável do efetivo de mão-de-obra do hospital, o equivalente a 35%, a categoria só retornou às atividades normais com o depósito dos salário, que onera mensalmente à instituição R$ 14 milhões – incluindo todos.
O custo é fixo, mas de “tempo em tempo” vira motivo de drama para ser cumprido, pesadelo que Esacheu Nascimento quer encerrar.
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“É preciso resolver os impasses de forma digna para que ninguém seja mais prejudicado”, destacou o presidente do hospital de forma insistente nas reuniões que teve com o prefeito, o secretário municipal de Saúde, representantes do Governo do Estado, ou com os “heróis da semana”, parlamentares da Assembleia Legislativa e da Câmara Municipal que mediaram às vias de celeridade para o repasse urgente do Executivo de Campo Grande à entidade.
Em meio a uma guerra de versões e pouca transparência sobre os possíveis gargalos de destinação de recursos ao longo do ano, um consenso ficou claro para que a Santa Casa não viva nova paralisação e atrasos de pagamento. A única saída para que a regularização de entrada aconteça na mesma proporção que exige o depósito no dia certo na conta do trabalhador é a maior robustez política da entidade.
Por conta disso, a frente parlamentar que ajudou Esacheu a destravar os repasses, e ainda avançar na eventual ampliação do convênio em mais 15% de verba, é vista como um trunfo na fiscalização da qualidade da parceria entre o Poder Público e o maior hospital do Estado. A greve da Enfermagem termina sem qualquer garantia que não possa retornar em novo mês que “o quinto dia útil” seja ignorado, mas da semana turbulenta fica pelo menos um legado. Diante da força provada pelo sindicato da categoria, ficou claro a diretoria do hospital terá que governar com mais interação política e para isso encontra o amparo necessário.
“Todos sabem da importância da Santa Casa no atendimento à saúde dos campo-grandenses e dos sul-mato-grossenses. Por isto queremos colocar a Câmara para ajudar na mediação do melhor acordo sem piorar a questão com embates meramente políticos”, resumiu bem o presidente do Legislativo da Capital, vereador João Rocha (PSDB) que deve fazer parte do time de vigilância do cumprimento do convênio. Mesmo time que tem ainda os deputados Felipe Orro (PSDB) e o presidente da Assembleia, Junior Mochi (PMDB).