Em 14 de outubro de 1914 chega a Campo Grande a comitiva que realizou a inauguração oficial da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil que foi criada com objetivo de modernizar o país, ocupar e integrar o território nacional, fixar os limites e espantar as ameaças internas e externas, atualizar os sertões e integrá-los à civilização, localizada em Campo Grande atendia os objetivos econômicos e estratégicos da Companhia de Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, por isso, a cidade é escolhida para sediar uma Diretoria Regional que atenderia todo o Sul de Mato Grosso. A Companhia além de construir instalações para abrigar seus serviços técnicos e burocráticos, constrói, também, casas para atender todos seus funcionários.
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A ferrovia provoca o afluxo de imigrantes e migrantes, sendo que entre estes últimos estão os funcionários da Companhia de Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Eles vêm para atender os diferentes serviços e de acordo com os interesses dessa companhia alguns funcionários permanecem definitivamente na cidade, outros são remanejados. Este intercâmbio permite constante renovação de idéias, porque estes funcionários se envolvem com a vida sócio-econômica e política da cidade e do Estado.
Após a regularização das viagens ferroviárias, Campo Grande gradativamente centraliza no sul de Mato Grosso, as principais atividades econômicas e políticas. Esta sua condição de entreposto comercial lhe oportuniza outra condição, a de pólo irradiador de idéias. Com a ferrovia, a cidade passa a receber com frequência jornais editados em São Paulo e Rio de Janeiro, desta forma os campo-grandenses se inteirar dos acontecimentos ocorridos na capital federal e demais Estados litorâneos.
A regularização das viagens ferroviárias facilitou a exportação do gado, madeira e a importação de produtos industrializados, e propicia, também, aos campo-grandenses mais conforto nas viagens de negócio e lazer. Após a ferrovia, alguns fazendeiros fixaram residência em Campo Grande, para melhor dirigir seus negócios e ao mesmo tempo, se inteirar dos acontecimentos políticos locais, estaduais e federais.
A ferrovia favorece a transferência do eixo econômico Cuiabá e Corumbá, através do rio Paraguai, para Campo Grande e São Paulo. Conforme o Arquivo Histórico de Campo Grande (Arca), a primeira estação de passageiros de Campo Grande foi construída em madeira e deveria ser provisória, foi inaugurada em 1914, e possuía um partido e programa de necessidade simples, tinha apenas o intuito de atender o embarque e desembarque de passageiros. Na década de 1920, a estação foi substituída por um prédio em alvenaria. Na década de 30, com a chegada do Engenheiro Aurélio Ibiapina, foi construída a nova estação, posto que a estação existente já não comportava o crescente desenvolvimento do tráfego na cidade.
Campo Grande é classificada por pavilhão central com duas partes laterais e plataformas de embarque e desembarque margeando as construções. Um elemento que chama atenção na fachada da estação central de Campo Grande é o relógio, fazendo com que a estação seja um marco temporal no cotidiano da vida urbana, máxima representação do período industrial de controle social e do trabalho. Ainda segunda segunda a Arca, na parte interna da esplanada ferroviária, entre a Rotunda e o Armazém, encontram-se um conjunto de imóveis que foram construídos entre 1942 e 1943. São construções em tijolos aparentes com marcação das estruturas e molduras das aberturas, além do galpão para abrigo de carros que é o que possui maior expressão estética, pois trata-se de um edifício com cobertura de tesoura de madeira que apóia telhas de barro, com empenas em madeira com aberturas em arcos e um beiral lateral de proteção, apoiado em uma mão francesa em madeira.
No ano de 2009, o Iphan realiza o tombamento do Complexo Ferroviário Histórico e Urbanístico da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil no município de Campo Grande, no estado do Mato Grosso do Sul, por meio do Processo de tombamento nº 1.536-T-06 na categoria de Conjunto Urbano. O tombamento do Complexo Ferroviário teve seu caráter definitivo declarado em outubro de 2014. Portanto, fica tombada uma área de 22,3 hectares, formada por 135 imóveis, viadutos ferroviários e parte dos remanescentes dos trilhos.