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Reportagem Especial Domingo, 23 de Junho de 2024, 09:54 - A | A

Domingo, 23 de Junho de 2024, 09h:54 - A | A

Reportagem Especial

Mês de enfrentamento a violência contra a pessoa idosa

Campanha “Junho Prata” dá visibilidade para tema no Estado

Renata Santos Portela
Especial para o Capital News

Deurico/Capital News

“O trabalho tem que ser por amor ao próximo” diz cuidadora de idosos ao expor os desafios diários da profissão

De janeiro até a primeira quinzena de junho 640 boletins de ocorrência em que a vítima é idoso, segundo Sejusp

As marcas na pele, as rugas, os cabelos brancos são apenas alguns dos sinais do tempo que mostram que a idade chegou. Uma existência, muitas vezes, marcada por uma vida cheia de experiências acumuladas e de um caminho bem trilhado.

Envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social

De acordo com o Estatuto da Pessoa Idosa, documento criado em 2003, o “envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social”. E é obrigação do Estado garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade”. Na prática, será que isso acontece?

Dados do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania mostram que não. A realidade é que violência contra os idosos ocupa a 2ª posição no ranking de denúncias, fica atrás apenas da violência contra crianças e adolescentes. Os dados assustam, de janeiro a maio deste ano foram feitas 74.239 denúncias no Brasil.

Quando essa realidade é trazida para Mato Grosso do Sul, os dados continuam sendo alarmantes. Conforme dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) de janeiro até a primeira quinzena de junho, 640 boletins de ocorrência em que a vítima é idoso, foram registrados no Estado.

Renata Santos Portela/Capital News

Mês de enfrentamento a violência contra a pessoa idosa

Violência contra os idosos ocupa o 2ª posição no ranking de denúncias

No entanto, não é só a física que é considerada violência contra a pessoa idosa, a psicológica, patrimonial e o abandono também são formas consideradas. Com o objetivo de trazer uma reflexão sobre os cuidados e o acolhimento que a sociedade deve ter com a pessoa idosa, foi criado a campanha “Junho Prata”.

Durante todo o mês são realizadas ações de conscientização focadas no tema nos municípios do interior do Estado, e também da Capital, fortalecendo o protagonismo da pessoa idosa dentro de todos os territórios. A Subsecretária de Políticas Públicas para Pessoa Idosa, Zirleide Barbosa explica que a programação é repleta de atividades, como exposição de fotografias, apresentações culturais, mesa redonda e conferência e painéis de projetos.

De acordo com dados do Atlas da violência 2024 divulgado esta semana, observou-se um crescimento significativo na população idosa (com 60 anos ou mais) comparado aos outros grupos etários. Em 2022, segundo o Censo Demográfico do IBGE, essa população era constituída por 32,1 milhões de pessoas, o que correspondia a aproximadamente 15% da população brasileira.

Nesse sentido, a preocupação com a qualidade de vida e a garantia dos direitos dessa parcela da população brasileira tem crescido. O Estatuto da Pessoa Idosa (EPI), é um marco importante ao regular os direitos assegurados às pessoas idosas no Brasil e embora deixe claro que “nenhuma pessoa idosa será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei”, os abusos persistem.

Por isso, a sociedade precisa ser a guardiã dos direitos da pessoa idosa. Qualquer abuso, violência psicológica, física ou material precisa ser denunciado. O Disque 100 é um canal gratuito de denúncias. Além dele, as ligações podem ser feitas na Polícia Militar pelo 190. A sua atitude pode fazer a diferença na vida de alguém!

Deurico/Capital News

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