Treinos em casa, academia e cuidado com a alimentação foram as estratégias
A orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) pela redução do contato social como forma de prevenir a contaminação pelo novo coronavírus alterou a rotina das pessoas.
Jogadores de futebol e atletas em geral também vivem experiências diferentes da normalidade: os campeonatos estão paralisados, mas eles não estão parados. Assim, o que está salvando são soluções criativas de treinamento para manutenção da forma física em meio à quarentena e que são outras formas dos atletas fortalecerem seu preparo físico.
A preocupação com a saúde dos atletas é grande. Philippe Piat, presidente da associação internacional dos sindicatos de jogadores afirmou recentemente que "não será surpreendente se surgirem muitas lesões" no retorno do futebol.
Enquanto na Europa a maioria dos campeonatos nacionais já recomeçou, como os campeonatos Italiano, Espanhol e Inglês, no Brasil ainda não há uma definição exata para o início do Brasileirão. A única competição que está sendo disputada é o Campeonato Carioca, e sob críticas de jogadores, dirigentes e entidades médicas.
De todo modo, os jogadores precisam se manter estáveis e prontos fisicamente para aguentar uma partida de futebol. Jogadores como Alexandre Pato, do São Paulo, e Dani Carvajal, do Real Madrid, utilizaram quadras particulares de gramado sintético para treinos com bola e atividades de velocidade.
Em um nível um pouco mais elevado, Neymar, do Paris Saint Germain, conseguiu montar uma estrutura em sua mansão localizada em Mangaratiba, no Rio de Janeiro, com preparadores físicos e seus amigos mais próximos, incluindo o meio-campo do Palmeiras Lucas Lima. Ali, o craque brasileiro conseguiu montar um cronograma de treinos e alimentação balanceada para não perder a forma durante a quarentena.
Clubes como Chelsea, Manchester United ou Liverpool montaram planilhas de exercícios para os seus jogadores para fazerem em casa, adaptados a diferentes realidades.
Outro fator que tem sido bastante utilizado por jogadores são as chamadas de vídeos com preparadores físicos. O fisiologista Gustavo Jorge, que já trabalhou nas comissões técnicas de Corinthians e Santos, comanda treinamentos diários e remotos com três jogadores da Série A. "Na época da greve dos caminhoneiros [em 2018], eu cheguei a fazer atendimentos por vídeo porque estava em São Paulo, os alunos em Santos e as estradas paradas. Mas agora têm sido todos assim", disse ao UOL.
Sergio Peres, preparador físico que trabalha individualmente com Gabigol, do Flamengo, e Carlos Sánchez, do Santos, além de mais cinco atletas, acredita que os jogadores entenderam a necessidade do momento.
"No fim do ano, eles [jogadores] curtem 20 dias de férias e nos últimos dez [dias] antes da apresentação acabam procurando para fazer algo de força e prevenção de lesões para não sofrerem tanto na pré-temporada. Agora é diferente, é indefinido. Então, é de suma importância, presencial ou à distância, no jardim ou na sala de casa, se adaptar e manter condicionamento físico. A maioria entendeu e está se cuidando", afirmou ao UOL.