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Reginaldo Leme Sexta-feira, 09 de Outubro de 2009, 15:00 - A | A

Sexta-feira, 09 de Outubro de 2009, 15h:00 - A | A

Felipe Massa: A volta...

Jornalista Reginaldo Leme

Felipe Massa: A volta...

Felipe Massa

Eu gostaria de saber, mas não sei se Felipe Massa vai correr domingo que vem em Interlagos. Se tivesse de apostar, eu diria que não. Mas tudo me leva a pensar que ele chegou a considerar a possibilidade depois de andar tão bem nos três dias de kart na Granja Viana, e de ver o entusiasmo com que trabalhou no simulador da Ferrari o tempo equivalente a seis ou sete grandes prêmios, além de malhar forte com o preparador físico Wanderley Pereira, que o acompanha na viagem à Itália. Por respeito, não perguntei sobre o Brasil e só falamos de Abu Dhabi, onde ele quer correr. Mas senti que passou pela cabeça dele a idéia de voltar em Interlagos.

A satisfação do Felipe com o bom treino de kart era visível. Ele treinou ao lado de pelo menos 50 pilotos que se preparavam para uma competição do fim de semana, e na Granja Viana, que hoje é a sede do kartismo no Brasil. Precavido, preferiu andar sem o sensor que acusa os tempos de volta, mas, pelo cronômetro manual, acompanhei a evolução dos tempos e o ritmo muito bom em relação a alguns dos melhores kartistas brasileiros. Nesse caso, a referência ideal é o excelente piloto Denis Dirani, que numa das edições da tradicional 500 Milhas da Granja, dividiu equipe com Juan Pablo Montoya e deixou o colombiano encantado com a arte de pilotar um kart.

Até durante a nossa transmissão do GP do Japão, o Galvão citou que Massa estava com muita vontade de voltar logo, mas não se arriscaria a dizer quando. Ou seja: poderia ser no Brasil ou Abu Dhabi. Da Europa, Galvão me conta que Felipe apenas ri quando falam de qual será a corrida da volta. Ao mesmo tempo, o presidente Luca di Montezemolo diz que a Ferrari só pensa em ver Felipe Massa de volta em 2010 na plenitude de sua forma. A palavra do presidente vem em boa hora, para desfazer a idéia de que a equipe vinha apressando o processo para evitar a perda do 3º lugar no campeonato de construtores para a McLaren. Faz seis corridas que a equipe italiana tem apenas um piloto (Raikkonen) marcando ponto no campeonato, já que Badoer e Fisichella não conseguiram se entender com o carro. Antes da Hungria, a primeira corrida sem Massa, a vantagem era de 18 pontos. Agora caiu para dois (67 a 65).

Eu vejo, no mínimo, três motivos para Massa não voltar agora em Interlagos. O primeiro é que nos últimos três anos ele venceu duas vezes e na outra deu a corrida de presente para Raikkonen conquistar o título. Isso cria uma expectativa irreal no momento. O segundo é correr em casa, diante da torcida, o que, por mais consciente que Massa seja, pode levar um sujeito competitivo como ele a tentar fazer mais do que a situação permite. O terceiro, diretamente ligado aos dois anteriores, é uma quase obrigação de andar mais do que Raikkonen, o que, na teoria, é impossível para alguém que está há quase três meses fora do cockpit de um F1.

Hoje Felipe será examinado pelo delegado médico da FIA. Ontem participou de um chat organizado pela Ferrari respondendo a perguntas de torcedores, principalmente italianos. Na segunda-feira, faz um treino rápido com um carro de 2007 usando pneus slick da GP2. Já faz algum tempo que a Ferrari desacelerou o trabalho em cima do carro atual, que é, sem dúvida, o pior dos últimos três anos. Isso mostra que a equipe não está disposta a defender a terceira colocação a qualquer custo, mesmo significando alguns milhões de dólares a mais na divisão do bolo da Formula One Management. A ansiedade da volta sempre pareceu mais clara em Felipe do que na Ferrari. Mas hoje eu estou apostando que neste GP do Brasil ele terá mesmo uma função diferente - dar a bandeirada de chegada ao vencedor. O script fica completo se o vencedor for Rubinho.

 

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