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Reginaldo Leme Sexta-feira, 11 de Setembro de 2009, 14:00 - A | A

Sexta-feira, 11 de Setembro de 2009, 14h:00 - A | A

GP Monza : KERS x 2

Jornalista Reginaldo Leme

GP Monza : KERS x 2

Previsão de chuva para o GP da Itália

Depois de ver um único carro vencer seis das sete primeiras corridas do ano, não era de se esperar que a F1 ainda conseguisse no decorrer do ano assistir a um equilíbrio de forças marcando a segunda metade do campeonato. Não fosse a influência tão grande do KERS em Monza, nós poderíamos ter McLaren, Ferrari, Renault, Brawn, Red Bull, Toyota, BMW e até a Force India com possibilidades de andar na ponta. Sem contar a Toro Rosso, que venceu a corrida do ano passado. Graças às quatro retas de Monza e à aceleração nas saídas das chicanes, o KERS fará da McLaren, Ferrari e também da Renault, que volta a usar o dispositivo, favoritas destacadas na corrida. Com direito até ao uso da força extra do KERS por duas vezes numa mesma reta.

A linha de chegada em Monza fica bem no meio da reta dos boxes. Portanto, o piloto usa o que lhe resta do KERS para ganhar velocidade na saída da curva Parabólica e início da reta. Só que, ao cruzar a linha de chegada, a reserva de KERS é renovada, e pode ser acionado de novo para garantir potência extra na segunda parte da reta. Um requinte que, na medição da Renault, vale 0s4 por volta. É muito!

Mas se a vitória vai ser decidida entre as três que têm o KERS, a briga pelo título também promete momentos especiais. Como a Itália costuma fazer um bom trabalho no televisionamento, provavelmente nós teremos oportunidade de ver Button, Rubinho, Vettel e Webber brigando pelo que restar dos pontos. Vantagem para o líder Button. Qualquer dos três rivais que chegar à frente dele, não vai ter muitos pontos para botar no bolso. A grande parte do bolo será dividida entre os que não estão na briga pelo título. E a reta de chegada do campeonato vai diminuindo — depois de Monza, restarão apenas quatro etapas.

A vitória de Raikkonen duas semanas atrás em Spa reacendeu a chama da paixão do torcedor italiano pela Ferrari. E a presença de Fisichella ajuda a mantê-la em fogo alto. Fisichella levou 225 GPs e 14 anos de F1 para alcançar o que sempre sonhou na vida, que é pilotar um carro da Ferrari. Na vida real, o momento chega de uma forma diferente daquela que foi sonhada a vida inteira. Mas chega em pleno Autodromo di Monza, que já deve ter sido palco de muitas cenas vividas nesses 14 anos de sonho. O que aumenta o friozinho na barriga.

Monza ferve. Além da boa chance de mais uma vitória da Ferrari, de Fisichella dentro do cockpit "rosso" e de um novo capítulo na briga pelo título entre duas equipes que mudaram a história da F1, apareceu ontem a carta de Nelsinho Piquet que deu origem ao novo escândalo da F1. Nela o piloto deixa claro que a idéia partiu de Flavio Briatore e Pat Symonds, o que será um ponto importante da investigação já que a defesa de Symonds é dizer que a idéia veio de Nelsinho. Há uma descrição detalhada do momento em que Symonds lhe mostrou em um mapa do circuito o local exato onde deveria acontecer o acidente, na curva 17. Naquele ponto, por não haver guinchos nem abertura lateral no muro, seria certa a entrada do safety-car.

Segundo o que Nelsinho descreve na carta, será muito fácil provar que a batida foi intencional porque, depois do primeiro toque em um lado do muro, em vez de frear, ele acelera para bater do outro lado. E confirma também duas das minhas informações durante a transmissão da Belgica, até então ainda não confirmadas — a de que ele chamou a equipe pelo rádio várias vezes perguntando se já estava na volta 14, a volta combinada para o acidente, e que um engenheiro da Renault estranhou os dados da telemetria. Nelsinho diz não ter conhecimento de que algum outro membro da equipe tivesse conhecimento da trama. E ainda vem mais por aí.

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