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Reginaldo Leme Terça-feira, 21 de Julho de 2009, 08:30 - A | A

Terça-feira, 21 de Julho de 2009, 08h:30 - A | A

Império em queda...

Jornalista Reginaldo Leme

Império em queda...

Equipe Brawn GP de F1

A Red Bull tem a força. A Brawn tem a matemática a seu favor. Eu já acredito numa decisão apertada no final do campeonato, a não ser por incidentes de percurso. Qualquer dos rivais de Button que, eventualmente, ficar no zero em uma corrida pode até sair da briga. O único que ainda tem o direito de perder pontos preciosos e até pode se dar ao luxo de não correr por vitórias é Button, pela gordurinha que ele conseguiu acumular durante o império Brawn, até a sétima corrida do ano. A vantagem de 21 pontos, na verdade, é até mais do que uma gordurinha. Mas o certo é que a situação virou. As duas dobradinhas seguidas da Red Bull em Silverstone e Nürburgring assustam bem mais do que a primeira do ano lá atrás, ainda na China, terceira corrida do campeonato e conquistada em circunstâncias especiais.

Na Alemanha, a Brawn teve de entrar com seus dois carros bem leves na classificação para conseguir manter-se nas filas da frente do grid. Repetiu a estratégia na corrida, mas não deu certo. As tentativas de três pit-stops, que Ross Brawn gostava de arriscar na época de Ferrari, não têm funcionado este ano. Barrichello e Button andaram no ritmo que o carro permitia. Mas se o líder do campeonato continuar perdendo uma média de 5 pontos para Vettel e/ou Webber, daqui a quatro GPs os três já estarão encostados na briga pela liderança. E ainda faltando outras quatro etapas até o final do campeonato. Nem precisa ser um calculista tão bom quanto Ross Brawn para entender a inversão de posições que ele fez entre Button e Rubinho no final da corrida, mesmo valendo apenas o quinto lugar. O que estava em jogo era um único ponto, mas ao olhar para o futuro, Brawn deve ter enxergado este único pontinho com a mesma dimensão gigantesca daquele que tirou o título das mãos de Alonso em 2007 (110 a 109 para Raikkonen) e das mãos de Massa no ano passado (98 a 97 para Hamilton).

A grande chance de recuperação da Brawn vem aí. Na semana que vem o carro que dominou com facilidade os trechos travados de pistas como as da Austrália, Malásia, Bahrein, Espanha e Mônaco, enfrenta o mais travado de todos os circuitos do Mundial, comparável até mesmo às ruas de Mônaco. E debaixo de forte calor, o que é melhor ainda. Se tudo isso não fizer o BGP 001 andar na frente do equilibradíssimo carro da Red Bull, Ross Brawn já pode pensar na versão inglesa do ditado "a vaca foi para o brejo". A grande diferença de postura da Brawn para a Red Bull é que o dinheiro na ex-Honda é o estritamente necessário para chegar ao fim do campeonato, enquanto a Red Bull tem o que precisar para este e os próximos anos. A Brawn, sem o título de 2009, não sabe qual será o seu futuro. A Red Bull, com ou sem título, continuará sendo uma equipe forte.

Nelsinho Piquet estará presente no grid da Hungria. Se ele vai continuar depois disso, só Briatore pode dizer. Mas, pela primeira vez, Nelsinho vai receber um carro igual ao de Alonso. A F1 vive a fase de verdades e mentiras, todas com a mesma cara de boato. Alonso na Ferrari já em 2010 parece mesmo ser verdade. Kimi Raikkonen na Toyota ou na Brawn substituindo Barrichello é uma possibilidade, mas o brasileiro pode ser peça importante na própria Renault no lugar de Alonso, ou na Toyota ou, ainda, na Williams. Nico Rosberg quer McLaren, Brawn ou BMW. A Williams pode ser também o destino de Nelsinho. Na dança das cadeiras, Lucas Di Grassi e Bruno Senna também esperam a chance deles.

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