O futuro indica um caminho de crescimento, impulsionado pela busca incessante por descarbonização, eficiência econômica e maior autonomia energética
O território brasileiro, dada sua extensão territorial continental e sua diversidade biológica, bem como sua localização geográfica, que faz de nós um país subtropical, possui uma matriz energética diversificada, como energia eólica, maremotriz, hidrelétricas, entre outras.
No entanto, entre todas as possibilidades de geração de energia, a energia solar vem se destacando há alguns anos por ser a de menor impacto antrópico e, consequentemente, ambiental em relação às demais.
Uso de energia solar cresce e ganha destaque no território nacional
De acordo com os dados mais recentes da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o ano passado (2024) constituiu-se como um período de superação para o setor, atraindo mais de R$ 54,9 bilhões em novos investimentos.
Esses investimentos contabilizam tanto as grandes usinas quanto os sistemas isolados de geração própria, que se encontram em telhados, pequenos terrenos de propriedades voltadas à agricultura familiar e em fachadas nos grandes centros urbanos.
Esse boom de investimentos afetou, também, diretamente o mercado de trabalho que gira em torno desse setor. Ainda em conformidade com os dados divulgados pela Absolar, em 2024, o setor de energia solar gerou mais de 429 mil novos empregos no território brasileiro.
Embora o uso desse tipo de energia no Brasil tenha começado em meados da década de 1970, contabilizando desde 2012, ano da regulamentação da Resolução Normativa nº 482, da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), momento em que o setor ganhou maior impulso econômico, político e cultural, criou-se mais de 1,5 milhão de postos de trabalho.
No que tange a capacidade instalada, no ano passado, foram adicionados 4,3 gigawatts (GW) à matriz elétrica nacional, sendo 8,7 GW provenientes de geração distribuída e 5,7 GW de geração centralizada.
Esse processo, por sua vez, fez com que o Brasil atingisse a marca de 52,2 GW de potência acumulada, representando 21,3% da capacidade total instalada. Atualmente, é possível afirmar que a energia solar representa a segunda maior fonte energética do território nacional.
Hoje, existem grandes usinas solares operando em pleno funcionamento em 26 estados brasileiros, ou seja, o uso de energia solar encontra-se basicamente em todas as regiões do país.
Nesse segmento, no que diz respeito à geração distribuída de energia, em um período de 2012 até 2024, os investimentos ultrapassaram R$ 165 bilhões, com uma arrecadação de R$ 49,6 bilhões em impostos.
Na totalidade, a geração distribuída está presente nas cinco regiões do Brasil, com mais de 3,1 milhões de sistemas conectados à rede, beneficiando mais de 4,6 milhões de unidades consumidoras (UCs).
Como funciona a energia solar?
Em síntese, para aqueles não familiarizados sobre a energia solar e como funciona, basicamente, esse tipo de energia é gerada por meio de painéis fotovoltaicos que convertem a luz do sol em eletricidade. Esses sistemas podem ser instalados em qualquer tipo de superfície, permitindo que os consumidores produzam sua própria energia.
Existem dois tipos de geração de energia solar: a distribuída e a centralizada. Na distribuída, os consumidores instalam sistemas próprios e consomem a energia, à medida que, na centralizada, essa energia é produzida por usinas, distribuindo em larga escala.
No fim, o território brasileiro e seus consumidores ainda exploram somente uma fração de seu potencial solar. Com mais de 93,2 milhões de consumidores de energia elétrica no país, menos de 5% utilizam energia solar.
Este dado, segundo a Absolar, demonstra oportunidade de expansão. Considerando os debates contemporâneos que envolvem a redução da emissão de carbono e os impactos antrópicos em relação à natureza, a energia solar deve ser o futuro energético, sem dúvidas.