Proliferação de perfis falsos nas redes sociais desafia marcas, compromete a confiança dos consumidores e exige respostas rápidas e estratégias de prevenção
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A presença de uma marca nas redes sociais se tornou estratégica não apenas para a comunicação com o público, mas também como espaço de venda, atendimento e posicionamento.
Mas junto a isso, o crescimento da presença digital trouxe também um efeito colateral preocupante: a proliferação de perfis falsos que se passam por empresas e afetam diretamente sua reputação, credibilidade e, muitas vezes, o faturamento.
Essas contas são criadas com o objetivo de enganar consumidores, coletar dados ou aplicar golpes, elas imitam o nome, a identidade visual e até o tom de voz de marcas conhecidas. O resultado é um cenário confuso para o usuário, que pode acabar interagindo com perfis maliciosos sem perceber — e isso tem impacto direto na confiança que o consumidor deposita na empresa verdadeira.
De acordo com uma pesquisa global conduzida pela empresa de cibersegurança Proofpoint, em 2019, cerca de 19% dos perfis analisados nas redes sociais — incluindo Facebook, Twitter (X), YouTube e Instagram — que alegavam representar grandes marcas eram, na verdade, falsos.
O levantamento foi feito a partir da análise de mais de 4.800 contas que mencionavam ou se passavam por marcas de diversos setores. As conclusões mostram o alcance do problema e a sofisticação das técnicas utilizadas pelos fraudadores.
Além disso, um levantamento publicado pela Axur em 2023, com base em dados de monitoramento contínuo de ameaças digitais, apontou que as fraudes que envolvem perfis falsos se concentram principalmente em períodos de grande engajamento, como datas promocionais.
A empresa observou que perfis falsos de marcas muitas vezes promovem promoções enganosas, páginas falsas de suporte ao cliente e até links maliciosos, com o objetivo de aplicar golpes diretos aos consumidores.
O caso da Tramontina, em 2020, exemplifica o prejuízo causado por esse tipo de golpe. Na ocasião, criminosos criaram uma página no Facebook oferecendo brindes em nome da marca. Para receber o suposto presente, o consumidor precisava pagar pelo frete — valor que era embolsado pelos golpistas. A empresa teve que agir publicamente para desmentir a campanha falsa e alertar seus clientes.
O combate a perfis falsos exige respostas rápidas e ações preventivas. Selos de verificação, canais oficiais bem divulgados e um trabalho contínuo de monitoramento são estratégias fundamentais para proteger a presença digital das marcas.
Nesse contexto, conscientizar o consumidor sobre como identificar um perfil falso também se torna uma medida essencial para preservar relações de confiança construídas ao longo do tempo. Essa conscientização pode começar com ações simples, como a divulgação clara dos canais oficiais da marca em seu site e em todos os pontos de contato com o público — e-mails, embalagens, campanhas publicitárias e atendimento.
Além disso, educar os consumidores para reconhecer sinais de alerta é uma estratégia de baixo custo e alto impacto. Perfis falsos frequentemente apresentam erros de ortografia, URLs suspeitas, ausência de selo de verificação e um histórico recente de publicações. Postagens com linguagem alarmista, promessas exageradas ou pedidos de dados pessoais e bancários devem ser sempre tratadas com desconfiança.
