Ser resiliente é ser capaz de lidar com problemas, adaptar-se a mudanças. É compreender a marcha e ir tocando em frente, como diz a música. Há poucos dias, reportagem do jornal O Estado de São Paulo, baseada em levantamento da Tendências Consultoria Integrada, apontou que Mato Grosso do Sul é o Estado brasileiro com a economia mais resiliente. Além disso, mesmo com as dificuldades trazidas pela pandemia do novo coronavírus, deverá ter um crescimento de 2,7% no PIB ao final de 2021, maior índice do país e superior ao registrado no período pré-crise de 2013-2014.
Essa projeção de crescimento do PIB é baseada nos resultados obtidos pela economia sul-mato-grossense no primeiro semestre deste ano, mesmo com a pandemia e apesar dela. Nesse cenário, a estratégia do Governo do Estado foi a de estabelecer protocolos de biossegurança que permitiram a diversas atividades econômicas continuar funcionando, preservando a saúde dos trabalhadores, o emprego e a arrecadação do Estado.
Esse modelo de gestão da economia permitiu, por exemplo, que de janeiro a julho de 2020, o superávit da balança comercial do Estado fosse 29,37% maior em relação ao mesmo período do ano passado. A manutenção das atividades ligadas à indústria do agronegócio e abastecimento, juntamente com a ampliação da base exportadora, nos permitiu bater recordes de produção e exportação.
Nossa produção de grãos teve um incremento de 300 mil hectares de lavoura neste ano e as exportações de soja cresceram 55,09%. Da mesma foma obtivemos desempenhos recordes em outros segmentos da indústria exportadora, como a de proteína animal (carne de aves, bovina, tilápia), bem como a da celulose e do açúcar.
Todo esse desempenho tem impacto direto em outras frentes, como a tomada de crédito. Tivemos um recorde no número de cartas-consulta no FCO. De janeiro a julho de 2020 já foram contratados mais de R$ 850 milhões no FCO Rural e Empresarial. Outros R$ 900 milhões estão em tramitação no banco, absorvendo praticamente a totalidade dos recursos disponíveis no Fundo para este ano. Cabe aqui, frisar que Mato Grosso do Sul é referência por ter uma política pública que prioriza empreendimentos sustentáveis, com neutralização de carbono.
A capacidade e resiliência na atração de investimentos nesse período de pandemia é comprovada pelo número recorde de abertura de empresas. Foram 873 novos empreendimentos abertos somente no mês de julho. Mas, além de fomentar novos negócios, também é fundamental preservar a saúde das micro e pequenas empresas, segmento responsável por 90% dos empregos. Por isso, atuamos com simplificação no acesso ao crédito e orientação para implantação de protocolos adequados que permitiram ao setor manter suas atividades.
A resposta do setor empresarial à nossa gestão da economia sul-mato-grossense também se mostra no mercado de trabalho. No primeiro semestre deste ano, Mato Grosso do Sul ficou em terceiro lugar na geração de empregos no país e no mês de julho foram abertas 2.635 novas vagas, sendo a Indústria a maior contratante, seguida pelo Comércio e Serviços.
A resiliência de Mato Grosso do Sul frente à pandemia ainda se revela com a continuidade dos investimentos feitos pelo Governo do Estado. Somente neste ano, cerca de R$ 1 bilhão serão integralmente alocados em obras de infraestrutura para melhoria da nossa logística, com olhar de longo prazo na ferrovia e Rota Bioceânica, legados fundamentais em termos de competitividade e posicionamento do nosso Estado perante o mundo.
Temos diversos outros avanços em curso e outras frentes a serem desbravadas, mas a estratégia escolhida já se mostrou a mais adequada e eficiente para a promoção do desenvolvimento sustentável de Mato Grosso do Sul. O momento é de positividade e de vigilância, seguir compreendendo a marcha e ir tocando em frente. Sempre em frente.
*Jaime Verruck
Secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul, Doutor em Desenvolvimento e Planejamento Territorial pela Universidade Complutense de Madri
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