O Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), lançou, na manhã desta terça-feira (21), a Operação Cartão Vermelho, como o objetivo desmantelar uma suposta organização criminosa envolvida em peculato e outros possíveis crimes na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS).
Depois de vinte meses de investigação, foi revelado que a FFMS abrigava um esquema criminoso destinado a desviar recursos financeiros provenientes do Estado de Mato Grosso do Sul e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), beneficiando os membros do grupo e terceiros.
Anderson Ramos/Capital News
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Segundo informações do próprio Ministério Público, os desvios ocorriam através de saques frequentes em espécie, realizados de forma a não exceder R$ 5.000,00 por transação, evitando assim a detecção pelos órgãos de controle. Foram efetuados mais de 1.200 saques, totalizando mais de R$ 3.000.000,00.
Além disso, o esquema incluía a apropriação indevida de diárias de hotéis pagas pelo Estado para jogos do Campeonato Estadual de Futebol e a prática de receber parte dos valores pagos a fornecedores da FFMS. No período de setembro de 2018 a fevereiro de 2023, os valores desviados ultrapassaram R$ 6.000.000,00.
A operação visa cumprir sete mandados de prisão preventiva e 14 mandados de busca e apreensão nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. A Polícia Militar apoiou a ação, que também contou com a participação da Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados da OAB.
Durante as diligências, mais de R$ 800 mil foram apreendidos. O nome da operação, Cartão Vermelho, refere-se ao cartão usado pelos árbitros para expulsar jogadores que cometem faltas graves em partidas de futebol.