O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), deflagrou nesta quarta-feira (15) a segunda fase da Operação Snow, cumprindo nove mandados de prisão preventiva e 19 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Dourados, Ponta Porã e Piratininga (SP).
A ação é um desdobramento da primeira fase, realizada em março de 2024, e surgiu após análise de materiais apreendidos, especialmente celulares, que indicaram o envolvimento de pelo menos 17 pessoas com a organização criminosa, entre elas advogados e um policial civil.
De acordo com o MPMS, o líder do grupo criminoso monitorava operações policiais por meio de servidores públicos corruptos, com a intermediação de advogados. "A atuação dos advogados não se limitava à defesa jurídica, mas incluía a corrupção de agentes públicos para obtenção de informações privilegiadas e monitoramento de cargas de drogas", informou o Gaeco.
A quadrilha, considerada extremamente violenta, usava sequestros e execuções como forma de represália, inclusive contra seus próprios integrantes.
Tráfico e apreensões
As investigações apontaram que o transporte de drogas, principalmente cocaína, era realizado através de empresas de transporte, incluindo terceirizadas dos Correios. Durante as apurações, mais de duas toneladas de cocaína vinculadas ao grupo foram apreendidas em operações policiais.
A operação contou com o apoio do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Corregedoria da Polícia Civil também acompanharam as diligências.
O Gaeco segue investigando o caso, reforçando o combate à atuação de facções criminosas no estado.