A crescente taxa de acidentes de trânsito e os problemas de acesso aos bairros periféricos como Jardim Veraneio e Noroeste, agravados pela iminente chegada da Rota Bioceânica, foram os principais pontos discutidos na audiência pública realizada nesta quarta-feira (29). A audiência reuniu autoridades, comerciantes, moradores e a sociedade em geral para debater a necessidade urgente de duplicação do rodoanel rodoviário ou a construção de um macroanel em Campo Grande.
O vereador Prof. André Luis, que presidiu a audiência, destacou a importância de uma discussão aprofundada para a aplicação de soluções duradouras. “Campo Grande tem crescido demais, passando de 35 mil habitantes em 1962 para quase um milhão atualmente. Precisamos nos antecipar para que o que hoje é uma solução não vire um problema no futuro”, afirmou.
Plano e desafios
O superintendente do DNIT em Mato Grosso do Sul, Euro Nunes Varanis, mencionou a existência de um plano para o rodoanel que desviaria o tráfego dos centros urbanos, passando pela saída para São Paulo e Três Lagoas até Terenos. No entanto, ele ressaltou que a parte norte do rodoanel não está sob a jurisdição do DNIT.
O superintendente regional da PRF em Mato Grosso do Sul, João Paulo Pinheiro Bueno, apontou a necessidade urgente de duplicação do trecho entre o Km 480 e o Km 490, que registra o maior número de acidentes no Estado. “Os bairros estão se desenvolvendo para aquele lado e o acesso ao Noroeste e demais bairros fica prejudicado. Temos que pensar isso agora”, disse Bueno.
Soluções e financiamentos
Marcelo Miglioli, secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), destacou a importância de discutir os aspectos financeiros para a implementação do novo traçado do anel viário. “A CCR e a ANTT consideram o novo traçado mais viável e são favoráveis à mudança, o que nos ajuda muito”, afirmou Miglioli.
O procurador-geral de Justiça do Ministério Público Estadual, Alexandre Magno Benites de Lacerda, reforçou a necessidade do novo rodoanel como forma de coibir as mortes por acidente e melhorar o acesso aos bairros periféricos. “Cada vida perdida é um custo muito caro para a sociedade. Precisamos operacionalizar esse projeto com resultados reais”, afirmou.
Próximos passos
A audiência destacou a importância da união entre os órgãos e autoridades envolvidas para buscar soluções práticas e viáveis. A criação de um Comitê Internacional foi sugerida para discutir o impacto da Rota Bioceânica e o gerenciamento do novo anel viário.
Com a participação de diversos representantes e um consenso sobre a necessidade de mudar o traçado do anel viário, o próximo passo será buscar os caminhos práticos e os aportes financeiros necessários para a implementação do projeto.