A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o transporte coletivo de Campo Grande já recebeu 368 denúncias de usuários entre os dias 25 de março e 14 de abril. Superlotação, atrasos, veículos em más condições e falhas no atendimento a pessoas com deficiência estão entre as principais reclamações encaminhadas à Ouvidoria da CPI, presidida pelo vereador Dr. Lívio (União).
O relatório parcial indica que a maioria das denúncias foi enviada por WhatsApp, seguida por formulários, e-mails, ligações telefônicas e atendimento presencial. Em relação ao último levantamento, o número de queixas cresceu 265,38%. Usuários relataram bancos soltos, janelas quebradas e até goteiras dentro dos ônibus. Também foram citadas falhas nos elevadores de acessibilidade e redução de linhas em bairros como Caiobá, Zé Pereira e Bonança.
Outras linhas mencionadas com frequência nas denúncias incluem a 080 (T. Aero Rancho / T. General Osório), 072 (Terminal Morenão / Terminal Nova Bahia) e 520 (Noroeste / Serraville). Passageiros afirmam que a superlotação compromete a segurança e dificulta o embarque, principalmente nos horários de pico. Também houve relatos de atrasos constantes, afetando o cotidiano de quem depende do transporte para trabalhar ou estudar.
A CPI disponibiliza canais diversos para receber denúncias, como WhatsApp, e-mail e formulário online. O presidente da Câmara, vereador Papy (PP), destacou a importância da participação popular: “Quanto mais amplo for o debate, melhor para a população”. Já Dr. Lívio reforçou o compromisso com o sigilo e a apuração das informações recebidas.
O cronograma da CPI prevê cinco fases, com conclusão em até 120 dias. A primeira etapa é dedicada à análise documental e diagnóstico inicial do contrato com o Consórcio Guaicurus. Depois, vêm as oitivas com técnicos e gestores públicos, seguidas pela investigação sobre a atuação do consórcio e audiências com a população e trabalhadores do sistema.
A fase final será a apresentação do relatório com as conclusões da comissão e propostas de melhoria para o transporte coletivo. A relatora da CPI, vereadora Ana Portela (PL), afirmou que o objetivo é construir um documento técnico, transparente e que responda às necessidades da população de Campo Grande.