Campo Grande 00:00:00 Segunda-feira, 10 de Fevereiro de 2025


Reginaldo Leme Sexta-feira, 07 de Agosto de 2009, 11:10 - A | A

Sexta-feira, 07 de Agosto de 2009, 11h:10 - A | A

A Bahia acelera com a Stock Car

Jornalista Reginaldo Leme

A Bahia acelera com a Stock Car

Circuito de rua, desafio para os pilotos

Um olho na Stock Car, outro na F1. Estou em Salvador pra ver o que é que a Bahia tem a oferecer para o automobilismo brasileiro e fiquei surpreso com o trabalho realizado, em apenas 53 dias, para montar um circuito de rua como o que recebe os carros da Stock a partir desta sexta-feira (7). A ideia, que nasceu no ano passado e chegou a ser atropelada pela crise econômica, só foi concretizada no dia 9 de junho passado com a assinatura do contrato, e as obras foram iniciadas em 15 de junho. De lá para cá, foram recapeados os 2.774 metros das ruas que fazem parte do circuito e, pelo menos, três vezes mais do que isso das vias de acesso à área.

A Stock fez o baiano andar depressa. A primeira corrida de rua da categoria envolveu 2 mil pessoas na montagem da pista cercada por 6 mil metros de barreiras de concreto, 16 mil de cabos de aço e 7 mil de telas para proteger as 12 arquibancadas, que vão acomodar 35 mil pessoas. O público poderia ser o dobro disso, mas foi limitado por questão de segurança, e todos os ingressos vendidos em apenas 48 horas a partir da oficialização da corrida. Como a procura continuou grande depois de esgotada a venda, foram criadas áreas externas, nas quais o público pode ouvir o barulho dos carros, mas só os vê através de telões. O humor baiano rapidamente criou um nome para isso – setor dos “dalits”.

Salvador abraçou a Stock Car. Eu costumo ver isso na F1 em Melbourne (Austrália), Montreal (Canadá), Kuala Lampur (Malásia) e corridas estreantes, como as de Cingapura e Valência. Mas na Stock ainda não tinha visto. Recepção no aeroporto, ruas enfeitadas, faixas anunciando a corrida com contagem regressiva, Ivete Sangalo fazendo chamada de TV. A Bahia acelera.

Na F1, Michael Schumacher injetou entusiasmo em todo mundo, principalmente nos espanhóis que viram cair o interesse pela corrida de Valência depois da anunciada ausência de Fernando Alonso (a Renault foi suspensa, mas apresentou um recurso, que será julgado dia 17). A volta de Schumacher mexeu com a venda de ingressos desta e da corrida seguinte, o GP da Bélgica, acirrou velhas rivalidades quando a Williams se negou a aceitar que o alemão fizesse um dia de treino com o carro atual da Ferrari, sacudiu o mundo todo com opiniões sobre o que o heptacampeão poderá mostrar neste retorno. E, depois de tudo isso, ele pode nem correr por causa de um acidente de moto.

Schumacher é sempre Schumacher. Desde que aceitou o convite, entrou num regime de preparação intensiva, perdeu três quilos, trocou sua casa pela sede da equipe em Maranello e passa horas e horas no simulador da Ferrari, mas quando treinou com um modelo 2007 cedido por um colecionador, voltaram as dores no pescoço machucado naquele acidente de fevereiro passado. Por causa disso, ele ainda passa por exames na semana que vem. O pior, se ele não puder correr, será suportar a ira dos espanhóis que já não estão contando com a presença de Alonso nas ruas de Valência e poderão ficar também sem Schumacher.

Toda a Ferrari está de olho neste exame médico de Schumacher. O dono da idéia de chamar o alemão para substituir Massa foi o presidente Luca di Montezemolo, que, com a escolha, fez a alegria de Bernie Ecclestone, em um momento de preocupação do chefão da F1 pelo anúncio da retirada da BMW em 2010. Mas não existe um plano B. Se Schumi não puder correr, a saída será recorrer a Luca Badoer ou Marc Gené, os pilotos reservas da Ferrari, que não contam com a confiança da equipe para defender pontos importantes no Mundial de Construtores.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS