Campo Grande 00:00:00 Quarta-feira, 05 de Fevereiro de 2025


Reginaldo Leme Sexta-feira, 10 de Julho de 2009, 12:00 - A | A

Sexta-feira, 10 de Julho de 2009, 12h:00 - A | A

Button quer vingança no GP da Alemanha

Jornalista Reginaldo Leme

Button quer vingança no GP da Alemanha

Button x Vettel, boa briga

Button bem que gostaria de retribuir com a mesma moeda a derrota que Vettel lhe impôs três semanas atrás em Silverstone. Mas a previsão meteorológica de Nürburgring não vai ajudar. Frio, com grande possibilidade de chuva, tende a favorecer a Red Bull, que já tirou vantagem dessa condição de tempo no GP inglês, enquanto os carros da Brawn sofriam por não conseguir aquecer os pneus. Justamente Nürburgring, que poderia dar mais tranqüilidade à Brawn, pode aumentar o risco de uma virada no campeonato.

Os alemães, mesmo ainda sentindo saudades dos tempos de Schumacher, já reencontraram a alegria de torcer. Não que eles precisem disso, porque Hockenheim e Nürburgring sempre estiveram cheios mesmo quando eles não tiveram um piloto de ponta. Basta cerveja gelada e uma boa bratwurst para lotar os campings e arquibancadas. Mas Sebastian Vettel é, definitivamente, o alemão da vez. Nico Rosberg deu pinta, mas ficou na ameaça. Nick Heidfeld ainda sonha com uma reação da BMW. Timo Glock depende dos altos e baixos da Toyota. E Adrian Sutil só com um milagre pode fazer alguma coisa para chamar a atenção da torcida. Heidfeld corre com uma pintura nova no capacete, que foi desenhada pelo húngaro Tamás Simon, vencedor de um concurso do qual participaram 9 mil torcedores através do site do piloto. Como prêmio, Tamás assiste a tudo dos boxes de Heidfeld. E após o GP, o capacete será leiloado, com a renda revertida à Wirhelfen Kindern, fundação da emissora de televisão RTL que cuida de crianças carentes.

Nürburgring é um dos circuitos tradicionais da romântica F1 dos anos 50, 60 e 70. Mas, desde o acidente que quase matou Niki Lauda em 1976, já não tem a mística do velho Nordschleife, com seus quase 23 km e 174 curvas. Já imaginaram um circuito com 174 curvas para serem memorizadas pelos pilotos? E um GP com 14 voltas numa época em que o torcedor não tinha nem telão nem um mini-computador que hoje qualquer torcedor pode alugar por € 100 (R$ 280) para acompanhar os carros volta a volta ? Apenas em cada uma das 14 passagens diante das arquibancadas, o torcedor via o que estava acontecendo. No resto, dava para entender mais ou menos a corrida através de um grande painel luminoso com o desenho do circuito e luzes de cores diferentes para mostrar em que ponto se encontrava cada carro. Depois do acidente de Lauda, Nurburgring foi vetado pela F1 e só voltou em 1984, com um circuito reduzido para 4.542 m. Hoje a pista tem 5.148 m e as 60 voltas da corrida costumam ser bem disputadas.

Depois de Interlagos, Nürburgring é o circuito de maior altitude em relação ao nível do mar. O ar rarefeito gera uma sensível perda de rendimento nos motores. A aderência do asfalto é muito baixa, mas como as curvas em S de média e alta velocidades requerem muita tração, isso acaba provocando grande desgaste dos pneus traseiros. Pela televisão dá para se perceber que os carros usam cambagem negativa para funcionar bem nas curvas longas. Com a cambagem negativa, as rodas ficam mais para fora no contato com o chão. É uma solução dos engenheiros para equilibrar os carros. A outra é aumentar a pressão aerodinâmica na asa dianteira para compensar uma tendência a sair de frente. Nurburgring é um daqueles circuitos em que a quantidade de combustível (peso) faz uma grande diferença no tempo da volta.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS