Uma moradora de Aquidauana, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, beneficiária do Bolsa Família, é suspeita de ter sua conta bancária utilizada para lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital). Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) revelou que a mulher, que trabalha como autônoma, recebeu transferências via Pix de uma fintech ligada à facção criminosa.
O Coaf cruzou dados e identificou que vários beneficiários do programa podem estar envolvidos no esquema ou tiveram seus nomes usados em golpes relacionados à 2Go Bank, uma fintech de movimentações financeiras suspeitas. O relatório foi encaminhado pela Polícia Federal, que agora investiga o caso, após ser enviado pelo Ministério Público de São Paulo.
As movimentações financeiras chamaram a atenção devido à discrepância entre os valores transferidos e a condição de beneficiários do Bolsa Família, o que levanta suspeitas de atividades ilícitas. A 2Go Bank, fundada em 2020 por um policial civil, foi alvo de operação da PF em novembro, após indícios de que a fintech estava sendo usada para ocultar dinheiro proveniente do crime organizado.
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), responsável pelo Bolsa Família, afirmou que realiza avaliações rotineiras para identificar inconsistências nos dados dos beneficiários e que está aprimorando seus procedimentos para 2025. A pasta anunciou que o novo Cadastro Único (CadÚnico) entrará em operação em março, com o objetivo de garantir maior precisão nas informações e combater fraudes.