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A organização criminosa investigada pela operação Ouro de Ofir, deflagrada pela Polícia Federal e pela Receita Federal nesta terça-feira (21), “cometeu um ataque ao sistema financeira nacional”. Os investigadores estimam que 25 mil pessoas tenham sido lesadas no golpe que prometia rendimento milionário para quem investisse em uma antiga mina de ouro explorada na época do Império e que ficaria no Estado da Bahia. As vítimas estão espalhadas por “todos os Estados brasileiros, do Acre ao Rio Grande do Norte, de Rondônia ao Rio Grande do Sul”, afirmou o delegado da Polícia Federal, Guilherme Faria. Já se sabe o golpe é milionário, considerando que a conta mínima para se investir no golpe era de R$ 1 mil.
Aproximadamente 70 policiais federais, servidores da Receita Federal e Policiais Militares trabalham para o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão temporária e quatro mandados de condução coercitiva, na Capital e em Terenos (MS), além de Goiânia (GO) e Brasília (DF). Dos mandados de prisão temporária, três foram cumpridos e um dos envolvidos é considerado foragido. Foram presos Celso Éder Gonzaga de Araújo, Sidnei dos Anjos Peró e Anderson Flores. A identidade do quarto envolvido não foi divulgada para não atrapalhar as informações.
De acordo com Delegado Regional de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Cléo Mazzotti, as primeiras denúncias de um possível golpe dado pelo grupo foram feitas há dez anos, mas, à época, a polícia não conseguiu reunir elementos que comprovariam o crime. “O esquema foi aprimorado nos últimos dois anos”, revelou o auditor-fiscal Henry Tamashiro de Oliveira, delegado-adjunto da Receita Federal em Campo Grande.
O delegado Mazzotti que já se sabe que os membros do grupo eram divididos em categorias e cumpriam funções específicas dentro da organização. Os três presos em Campo Grande nesta terça seriam os chamados “paymasters”, os chefes da organização, além disso outros membros cumpriam o papel de escriturários e o grupo ainda contratavam corretores para vender os chamados “aportes”, pagos pelas vítimas do golpe. Os investigadores ainda apuram se, além dos “paymasters”, os demais integrantes devem ser tratados como co-autores ou vítimas do esquema. Questionado sobre o números de membros da organização criminosa, Mazzotti disse que são “centenas” de corretores e que atuavam em todo o país.
Os investidores eram induzidos a depositar quantias para ter uma lucratividade de mais de 1.000%. Também eram falsificados documentos de instituições públicas federais na tentativa de oferecer credibilidade ao que era repassado às vítimas.
A organização criminosa convencia as vítimas da existência de uma suposta mina de ouro que foi explorada há muito tempo e cujos valores oriundos das comissões para a revenda - feita nos Estados Unidos e Europa - estariam sendo repatriados e cedidos, vendidos ou até mesmo doados a terceiros, mediante pagamentos. Outra modalidade de golpe é a promessa de liberação de uma antiga Letra do Tesouro Nacional – LTN.
O nome da operação é inspirado em uma cidade mitológica da qual seria proveniente um ouro de maior qualidade e beleza. Tal cidade nunca foi localizada e nem o metal precioso que seria de origem dele.