A polêmica entre o deputado Marquinhos Trad (PSD) e o presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi (PMDB), pode fazer a CPI Caça-Fantasmas nem sair do papel. O presidente da Assembleia Legislativa pediu para Marquinhos refazer o pedido, determinando o objeto e reduzindo o período da investigação, mas o prefeito eleito não aceita e a CPI pode ser abortada.
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Caso Marquinhos não aceite o pedido, Mochi pretende ouvir os deputados que assinaram o requerimento e a maioria concorda com ele, que o deputado tem que determinar ao menos o período da investigação.
O deputado Amarildo Cruz (PT) assinou o pedido de abertura, mas entende que é inviável investigar servidores de 30 anos atrás. “Acredito que não tenha ferramenta para chegar ao que tinha na Casa há 30 anos. Tem que ter um fato determinado. É como se pedisse pra investigar a corrupção no Brasil desde 1500”, analisou.
A opinião de Amarildo é compartilhada pelos deputados Coronel David (PSC) e Pedro Kemp (PT), que também entendem ser necessário refazer o pedido. Kemp acredita que se não houver entendimento, a Assembleia também pode fazer esta investigação, sem a criação de uma CPI.
Kemp entende que não será possível investigar os últimos 30 anos, visto que pode esbarrar na prescrição do crime. Diante dos fatos, sugere que a Assembleia investigue pelo menos os últimos cinco anos. Ele avalia que poderia chegar aos números se a Assembleia fizesse um recadastramento dos servidores.
A polêmica sobre funcionários fantasmas começou durante a campanha para Prefeitura de Campo Grande, quando Marquinhos foi acusado de ser funcionário fantasma. Ele apresentou comprovante de folha de frequência e em resposta solicitou abertura da CPI. Agora, não aceita reduzir o tempo e questiona o medo da investigação, alegando que “o tiro saiu pela culatra” de muitos deputados, que fazia campanha para Rose Modesto (PSDB) contra ele em Campo Grande.