No início de janeiro de 2021, menos de 200 dias dos jogos olímpicos de Tóquio, o governo japonês anunciava que as exibições da tocha olímpica na capital japonesa haviam sido adiadas para reduzir o fluxo de pessoas e a disseminação da Covid-19.
A exibição estava ocorrendo em alguns municípios desde o fim de 2020, e deveriam recomeçar em janeiro, mas o governo local optou por adiar todas as exibições até o fim do mês.
Na ocasião, a emergência foi declarada pois havia um temor que a rápida disseminação do vírus por todo o país tivesse- um impacto significativo na vida de seus habitantes e na economia.
A medida declarada na época impunha restrições ao horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais não essenciais e a recomendação para que os cidadãos ficassem em casa, entre outras medidas.
Horários de restrição de restaurantes foram restringidos e, aos moradores, a recomendação era para que evitassem passeios não urgentes e não essenciais após as 20h.
Ao todo, o país já havia registrado 61 mortes e um recorde diário de 5.950 infectados no dia 6 de janeiro.
No dia 14 de janeiro, o Comitê de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) se reuniu para discutir as variantes do vírus, que são as mais contagiosas e têm preocupado as autoridades no mundo inteiro.
As reuniões do comitê ocorrem normalmente de três em três meses, mas, na época, o diretor-geral da OMS, convocou os membros duas semanas antes do previsto para analisar assuntos que necessitavam de um debate urgente: as variantes recentes e o uso de certificados de vacinação e de testes para viagens internacionais, conforme explicava um comunicado da OMS, divulgado em Genebra.
As variantes do vírus - identificadas inicialmente no Reino Unido e na África do Sul - são particularmente contagiosas e no início do ano já circulavam por dezenas de países, com uma nova vaga de contaminações e confinamentos, enquanto ocorriam as campanhas de vacinação.
Uma terceira mutação, originária da Amazónia brasileira e cuja descoberta foi anunciada no pelo Japão, foi analisada considerando poder impactar a resposta imunitária, segundo a OMS, que fala no seu boletim semanal numa "variante preocupante".
Vaticano
No início de janeiro, a campanha de vacinação contra a Covid-19, no Vaticano, vacinou tanto o Papa Francisco quanto o Papa emérito Bento XVI com a primeira dose.
Em entrevista ao Tg5, o Papa Francisco definiu a vacinação como, “uma ação ética, porque está em risco a sua saúde, a sua vida, mas também a vida dos outros”.
Johnson & Johnson
Nos últimos dias do primeiro mês do ano, a Johnson & Johnson anunciava que a vacina em dose única contra a Covid-18 havia comprovado 72% de eficácia na prevenção da doença nos Estados Unidos e uma taxa um pouco menor, de 66%, globalmente em um teste mais amplo realizado em três continentes e com variantes múltiplas do vírus.
Ao todo, cerca de 44 mil voluntários participaram do teste, onde o nível de proteção contra casos graves e moderados da covid-19 foi de 66% na América Latina e de 57% na África do Sul, onde uma variante particularmente preocupante do coronavírus estava circulando.
Além desta, duas outras vacinas já autorizadas da Pfizer com a BioNTech e da Moderna foram aproximadamente 95% eficazes na prevenção de casos sintomáticos em testes quando aplicadas em duas doses. Esses estudos, no entanto, foram realizados principalmente nos Estados Unidos e antes da ampla disseminação de novas variantes.
A Jhonson & Jhonson visa estudar a prevenção de casos graves e moderados da Covid-19, e a vacina foi 85% eficaz em impedir uma doença grave e a hospitalização em todos os lugares onde testes foram realizados e contra múltiplas variantes 28 dias após a vacinação.
Com as campanhas de vacinação em toque de caixa, vários países foram reduzindo aos poucos algumas restrições. Acontece que em novembro, todos foram pegos de surpresa com a notícia de que a Europa poderia estar vivendo uma nova fase da doença, conforme alerta emitido pela
OMS.
Na época, o diretor executivo do Programa de Emergências de Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, chegou a afirmar que a batalha da Europa contra o novo coronavírus era uma "chamada de alerta" para o resto do mundo.
"É muito importante refletir sobre o exemplo da Europa, que representou mais da metade dos casos globais na semana passada, mas essa tendência pode mudar" disse Ryan. "Basta olhar para a curva epidemiológica da montanha-russa para saber que, quando se desce a montanha, geralmente se está prestes a subir outra", acrescentou.
No início de novembro, o mundo ultrapassava a marca de 5 milhões de mortes desde o inicio da pandemia, marca essa que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, chamou de "novo limiar doloroso".
A circulação do vírus não cessou e o aumento registrado de novas infeções dentro do território europeu demonstrava a tendência: uma nova onda de covid-19 a propagar-se. Com a aproximação do inverno, estação propícia à disseminação do SARS-CoV-2, a vigilância dos novos casos estava na agenda dos governos europeus. Vários países estavam se preparando para retomar as medidas restritivas aplicadas antes do verão.
França
A Europa voltou a ser o epicentro" da circulação do vírus, disse o porta-voz do governo francês, Gabriel Attal. O presidente Emmanuel Macron determinou que fosse dada a dose de reforço da vacina aos franceses, de acordo com a imprensa local.
Desde outubro, o país assinalava um aumento das infecções, com taxa de incidência de 62 casos por 100 mil habitantes, acima do limite de alerta.
O Parlamento aprovou definitivamente, a prorrogação do passe sanitário até 31 de julho de 2022. O prolongamento da validade do passe de saúde depende da campanha de vacinação de reforço.
Alemanha
A Alemanha foi outro país europeu a registrar um aumento de novos casos da doença. Em um esforço para conter a transmissão, o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, anunciou que todos os cidadãos no país serão elegíveis para a dose de reforço da vacina, logo que se passem seis meses da segunda dose.
"A quarta onda da covid-19 no país está agora em pleno vigor", afirmou Spahn em entrevista
No dia 8 de novembro, a taxa de infecção diária de covid-19 na Alemanha subiu para 201,1 casos por 100 mil pessoas, a maior desde o início da pandemia.
Leste Europeu
A nova onda na Alemanha refletia um aumento de casos da variante Delta em toda a Europa, com a situação especialmente preocupante no leste do continente, onde a cobertura de vacinação é mais baixa.
A Romênia e a Bulgária vacinaram totalmente apenas 40% e 27% dos adultos, respectivamente. As novas infeções também atingiam níveis recordes na Rússia, Ucrânia e Grécia.
Áustria
Na Áustria, foi anunciado no dia 5 de novembro que as pessoas que não foram vacinadas contra a covid-19 seriam impedidas de entrar em cafés, restaurantes e cabeleireiros. Qualquer evento com mais de 25 pessoas, passou a ser ilegal.
Era essa a resposta das autoridades ao aumento de novas infecções para o nível mais alto em 2021.
Dinamarca
A Dinamarca propôs restaurar o uso do "passe corona" digital. O documento deverá ser apresentado pelos dinamarqueses para entrar em bares e restaurantes. A medida foi retomada para conter a terceira fase da pandemia de covid-19 que atinge o país. O número de infecções diárias aumentou de forma constante.
A Islândia também reintroduziu máscaras e regras de distanciamento social após o aumento de casos.
Reino Unido
Desde o final do verão que o Reino Unido vinha resistindo à implementação de medidas como uso de máscaras ou passes de vacinas, que se tornaram a tendência em toda a Europa, apesar do grande aumento de infecções por covid-19 no país.
O Reino Unido registrou mais 57 mortes em 28 dias e outros 32.322 novos casos de covid-19 , de acordo com os dados mais recentes do governo. Os dados representam queda nas infecções de 16,6% na semana passada, enquanto as mortes aumentaram 8,2%.
O Reino Unido está "muito longe" de pensar num confinamento de inverno, disse um assessor do governo de Boris Johnson. Ele alertou, no entanto, que é vital que qualquer pessoa elegível receba sua vacina de reforço.
Ômicron
Quase ao findar do ano de 2021, uma nova variante africana era batizada com o nome Ômicron, portadora de dezenas de mutações genéticas que podem afetar os índices de contágio e de letalidade. A variante foi identificada nos países vizinhos a Botsuana – África do Sul, Lesoto, Namíbia, Zimbábue e Eswatini (ex-Suazilândia). Casos da variante Ômicron também foram registrados em outras regiões: Hong Kong, na China, foi a primeira delas. Israel e Bélgica também tiveram registros, casos que seguem isolados.
A OMS afirmou que ainda não há estudos suficientes para afirmar as propriedades da Ômicron, mas que já existem esforços científicos acelerados para estudar as amostras. Um time de cientistas de universidades da África do Sul assumiu o papel de decodificar o genoma do Ômicron, juntamente com dezenas de outras variantes do novo coronavírus.
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“Essa nova Variante de Preocupação Ômicron ressalta da necessidade de acelerar a equidade vacinal e de fazer imunizar contra a covid-19 profissionais de saúde, pessoas idosas e outros em risco e que ainda não receberam a primeira e a segunda dose”, destacou a OMS, por meio de sua conta no Twitter.
De acordo com a entidade, a decisão do nome foi tomada por conta da grande quantidade de mutações apresentada pela variante, sendo que algumas delas apresentam “características preocupantes”.
“Neste momento, há muitos estudos em andamento e muito trabalha na África do Sul e em outros países para que se possa caracterizar melhor a variante em termos de transmissibilidade, severidade e qualquer tipo de impacto em medidas de combate, como o uso de kits diagnósticos, terapias e vacinas”, informou conforme a Agência Brasil, a líder técnica de resposta à covid-19 da OMS, Maria Van Kerkhove.
Imunização
Pfizer, responsável por uma das vacinas inovadoras contra o novo coronavírus, afirmou que espera conseguir colocar no mercado uma nova versão do imunizante que seja eficaz contra a variante Ômicron em um prazo de até 100 dias. A eficácia das vacinas existentes ainda não foi testada em relação à nova variante.