Deurico/Arquivo Capital News
Andre Puccinelli, Eduardo Riedel, Marquinhos Trad, Rose Modesto e Zeca do PT
Impossível falar de política em Mato Grosso do Sul referindo-se ao cenário pré-montado em 2021, sem citar a intenção do ex-governador André Puccinelli (MDB) e sua imensa vontade em candidatar-se novamente ao cargo para o pleito do próximo ano, mesmo depois de ter sido condenado por improbidade administrativa.
Reportagem de Elaine Silva pelo Capital News em maio deste ano trazia a publicação de uma nota em que o político informava que a condenação não o tornava inelegível pois ainda cabia recursos.
- Saiba mais
- Em Brasília, Prefeito Marquinhos Trad acompanha filiação de Rodrigo Pacheco ao PSD
- Câmara debate medidas para amenizar lotação no transporte coletivo
- Governador anuncia mais de mil equipamentos para agricultura familiar
- Mais de sete mil decretos são revogados em MS
- Mandetta acusa Guedes de desonestidade, após acusação de ingerência no Ministério
- Vereadores aprovam ampliação do grupo prioritário de vacinação contra Covid-19
- Mato Grosso do Sul receberá R$ 327,8 milhões no orçamento da União
- Zeca do PT se reúne com Lula e articula pré-candidatura ao governo do Estado
- Dourados recebe mais de R$ 350 milhões de investimentos do Estado
- Vereador pode ser cassado após caso de violência doméstica
- William Maksoud assume vice-presidência da CCJ
- Marquinhos lança campanha contras esmolas
- CNH Social pode beneficiar 5 mil pessoas por ano em Mato Grosso do Sul
- Carlos Alberto Assis é o novo diretor-presidente da Agepan
- Câmara Municipal lança programa Vereadores em Foco
- Ministro do turismo percorrer as belezas turísticas de Bonito
- Governador diz: “Sem saúde não existe economia”
- Vereadores debatem implementação do Passaporte da Vacina em Campo Grande
- Paulo Corrêa assume como governador em exercício de MS
- Após volta às aulas presenciais, alunos podem receber atendimento psicossocial
- Em MS, forças de segurança devem 590 viaturas neste ano
- André Puccinelli confirma pré-candidatura e explica suas estratégias
- Projeto de Lei pode coibir festas clandestinas durante a pandemia
- Aprovado PL que garante a gestante optar por cesárea em MS
- MS lidera ranking de vacinação e Assomasul parabeniza desempenho
- Lei do novo Prodes é sancionada em ato na Câmara de Campo Grande
- Buscando nova dinâmica Reinaldo anuncia alteração em cargos estratégicos
- Agronegócio continua sendo a mola propulsora da economia do MS
- Eleições 2022: articulações nos bastidores desenham esboço da disputa ao governo de Mato Grosso do Sul
- Ministra da Agricultura Tereza Cristina testa positivo para covid-19
- Eduardo Riedel será candidato ao governo nas eleições 2022, afirma de Paula em coletiva
- Senado aprova projeto de igualdade salarial entre homens e mulheres
- Governo do Estado investe R,8 milhões em veículos
- Após nove meses, deputado estadual pede desculpas por surto em comitê
- Agora é lei: Quem furar fila da vacinação contra Covid-19 será punido
- Deputado busca apoio para pautar projeto contra o "passaporte sanitário"
- Governador faz balanço de investimentos em Mato Grosso do Sul
- CPI da Energisa têm prazo suspenso até abril pela Assembleia
- Bolsonaro elogia atitude do governo de Mato Grosso do Sul
- Em Brasília, Marquinhos solicita recursos para saúde
- "Minha prisão foi um ato político" diz Puccinelli
- Câmara municipal cobra da Agetran, aumento de ônibus circulando na Capital
- Vereadores aprovam quatro Projetos durante sessão ordinária
- Município de Naviraí enfrenta colapso por conta do Covid
- Azambuja protocola PL em prol da redução de ICMS
- Azambuja e Ministro da Educação entregam 168 ônibus escolares
- Mato Grosso do Sul recebe R$ 6,9 milhões para nove municípios
"A decisão proferida pela justiça federal nos autos do processo n.º0000525-43.2016.4.03.6000 /1ª Vara Federal de Campo Grande, não torna o Ex-Governador André Puccinelli inelegível, visto que, existem recursos cabíveis que serão apresentados em momento oportuno", dizia parte da nota.
Na sentença, entre outras penas, a Justiça determinou a suspensão dos direitos políticos por cinco anos, que começam a correr após o trânsito em julgado (quando não cabem mais recursos contra a condenação).
A Ação de Improbidade Administrativa foi ajuizada pelo Núcleo de Combate à Corrupção (NCC) do Ministério Público Federal (MPF) em MS em janeiro de 2016 e acusava André Puccinelli de coagir servidores comissionados de duas secretarias de Estado (de Trabalho e Assistência Social - Setass - e de Desenvolvimento Agrário e Turismo - Seprotur) a apoiar e votar em candidatos de sua coligação nas eleições municipais de 2012.
De acordo com o MPF, além da prática de ilícito eleitoral, a conduta do ex-governador violou os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade, tal como atentou contra os princípios da impessoalidade e moralidade administrativa.
Na época, um vídeo gravado em meio a uma das reuniões mostrava Puccinelli listando, nominalmente, servidores das secretarias de Estado e ordenando que os comissionados informassem em quais candidatos votariam para os cargos de prefeito e vereador. O político aparece fazendo anotações e orientando alguns de seus subordinados a manter a intenção de voto em candidatos da coligação por ele apoiada.
Mesmo diante de todo esse quadro de acusações, André Puccinelli tomava conta do cenário político mais uma vez no mês de junho, quando pesquisa apresentava sua liderança na intenção de votos para o governo.
Levantamento divulgado em reportagem de Laryssa Maier no dia 15 de junho, foi realizado pelo Instituto Ranking Brasil, entre os dias 09 e 12 de junho de 2021.
De acordo com o Instituto, o levantamento foi classificado em duas categorias, espontânea onde não são apresentados os nomes dos possíveis candidatos e estimulada onde o entrevistado responde conforme suas preferências dentre as opções apresentadas.
Pesquisa
André Puccinelli liderava o ranking com 11.65% de intenções de votos, seguido da Professora Rose Modesto com 9.30%, em terceiro lugar está a atual Ministra da Agricultura, Tereza Cristina com 6.65%.
Ao todo foram entrevistadas 2.000 pessoas, nos municípios de Campo Grande - 44.10%, Dourados - 11.6%, Três Lagoas- 5.8%, Corumbá - 5.2%, Ponta Porã - 4.7%, Naviraí - 2.7%, Nova Andradina - 2.6%, Aquidauana - 2.5%, Sidrolândia - 2.3%, Paranaíba - 2.2%, Maracaju - 2.0%, Coxim - 1.9%, Amambaí - 1.9%, Rio Brilhante - 1.9%, Caarapó 1.5%, Costa Rica - 1.5%, São Gabriel do Oeste - 1.5%, Miranda - 1.4%, Ivinhema - 1.4%, Aparecida do Tabuado - 1.3%.
Atual prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad também apareceu na pesquisa, ocupando o final da fila, em penúltimo lugar com 3.10% das intenções de voto, e ultimo lugar o Coronel David com 2.00%.
No dia 27 de julho, em entrevista a rádio Difusora Pantanal, o ex-governador disse que não fazia parte de seus planos, já que teria encarado como encerrado o ciclo político em sua vida, ao terminar o governo em 2014. “Na verdade, me via como ‘vovorista’. Poderia ter competido ao senado, insistiram por isso, então preferi encarar como o fim deste ciclo, mas logo começaram a me ‘cutucar’, tive uma série de injustiças, tive uma prisão, o que é importante lembrar que foi considerada ilegal no STJ, e por unanimidade”.
“Impedimento legal não temos, não tem nenhuma condenação. Sofri injustiças, mas mesmo após essas situações, vontade não nos falta! Estamos construindo um caminho para que possamos atender ao pedido ‘Volta, André!”.
Sobre ao valor de campanha, ele disse que fará com pouco dinheiro. “Ouço dos candidatos por aí: ‘ah, fulano vai ter 100 milhões para gastar’, mas gastar isso tudo em meio a uma pandemia? Eu nunca faria isso. É um absurdo um gasto desses na política em meio a este cenário”.
André se defendeu por ter sido acusado de amarelar, “Disseram que eu amarelei lá trás, quando eu estava no 6º ano da prefeitura, com um sai ou não sai a candidato. Mas a questão é que ninguém amarela, a gente pesa uma série de condições que cabem a nós”.
Puccinelli já aproveitou a entrevista e apelou para os ouvintes, pedindo ajuda para sua campanha de pré-candidatura a governado do Estado do ano que vem. “Vai ter uma conta lá do diretório do MDB para as eleições, que será para captações de recursos. Quem quiser nos auxiliar, pode depositar R$ 1.064 sem burocracia”.
Suspensão
Uma grande reviravolta no cenário político pegou a todos de surpresa no fim do mês de dezembro quando as ações penais de Puccinelli pela Operação Lama Asfática, do ex-secretário Edson Giroto e do filho do ex-governador, André Puccinelli Junior, os empresários João Alberto Krampe Amorim dos Santos e João Baird foram suspensas.
De acordo com matéria publicada no dia 20 de dezembro, o deferimento da medida acabou se tornando mais plausível e alcançável após a declaração, pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), de suspeição do juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira no julgamento dos processos da Lama Asfáltica.
Na liminar que concede o Habeas Corpus, o desembargador federal Paulo Fontes pontua, entre outros itens, que "contudo, não me parece possível determinar no âmbito da 5ª Turma a suspensão do feito 0007457-47.2016.4.03.6000, que já teve sua apelação julgada pelo colegiado; da mesma forma, em relação a outros processos já sentenciados que tenham passado à jurisdição do Tribunal", explica.
Ainda na decisão, o desembargador deixa transparecer que a suspeição sobre o juiz Bruno Teixeira pode levar a outros desdobramentos relacionados à operação. "Não há dúvida de que a decisão na Exceção de Suspeição referida, julgada à unanimidade pela E. 5ª Turma na sessão do dia 13/12/2021, albergou argumentos que vão além daquele processo específico, podendo abarcar a atuação do MM. Juiz em outros feitos da chamada operação Lama Asfáltica", salienta Fontes.
Entre os crimes em que foram acusados nos vários processos, estavam corrupção, lavagem de dinheiro, peculato (desvio de dinheiro público), organização criminosa, entre outros.
Renovação
Outro cenário político foi de desenhando ao longo do ano e dessa vez, um novo nome surgiu no mês de outubro. Durante coletiva de imprensa sobre as prévias do PSDB, partido do atual governador Reinaldo Azambuja, o presidente do partido, Sérgio de Paula, declarou que o secretário de infraestrutura, Eduardo Riedel é pré-candidato ao governo do Estado, nas eleições de 2022. “Eduardo Riedel, secretário de infraestrutura, nosso pré-candidato a governador”, disse ao cumprimentar os ocupantes da mesa.
Outros possíveis nomes para concorrer são: André Puccinelli (MDB), Zeca do PT (PT), Delcídio do Amaral (PTB), senador Nelsinho Trad (PSD), Juiz Odilon de Oliveira (Sem Partido) e a Senadora Soraya Thronicke (PSL).
Prefeito
Quem também apareceu falando em uma pré-candidatura, foi o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD). Reportagem assinada por Elaine Silva, já no dia 17 de dezembro, dizia que ele voltou a falar sobre a sua possível pré-candidatura ao Governo de Mato Grosso do Sul, em 2022 e que teria declarado durante entrevista ao B. de Paula na Fm Difusora Pantanal, que “quem quer vir para somar em um projeto de Mato Grosso do Sul, de uma política tributária justa, sem achacar ou arrochar, o cidadão sul-mato-grossense, não tem problema nenhum".
“Nós não vamos recusar parceria administrativa nenhuma, seja com direita, com centro, com a esquerda, seja quem for. Agora não me chame para sentar em uma mesa e começar a falar, ‘Olha eu te apoio se você me der o vice, te apoio se você me colocar na chapa do senado, eu te apoio se você me der isso ou aquilo’, isso não funciona comigo", relatou Trad.
O prefeito ainda declarou que “[...] O perigo para a sociedade e um Estado onde o líder não dá o exemplo, o perigo para a sociedade é um Estado que tem as garras firme e forte para punir os fracos e é flexível na hora que senta com os grandes. Eu não tenho nada contra aqueles que prosperaram na vida, os benefícios eles devem ter, mas não pode haver privilégios e para os menores a justiça social é difícil.”
Rejeitado
Outro ex-governador do Estado chegou a falar em reeleição, mas o resultado de uma pesquisa deu a ele 30,35%, só que de rejeição, não da intenção de votos.
Zeca do PT, que chegou a anunciar que seria um dos possíveis nomes para concorrer nas eleições de 2022 ao Governo de Mato Grosso do Sul, figurou na pesquisa do Instituto Ranking Brasil, divulgada no dia 21 de dezembro, como o mais rejeitado pelos entrevistados.
Conforme a pesquisa o segundo em rejeição é Puccinelli, com 25,70%, em terceiro lugar está Marquinhos Trad (13,25%), Odilon (10,40%), David (8,10%), Capitão Contar (6,45%), Rose (4,50%), Riedel (3,65%) e Henrique Catan (2,20%). Os que não responderam ou não sabem, os que votam em branco ou anulam o voto e os indecisos somam 7,85%.
Pesquisa foi realizada com duas mil entrevistas de 10 a 14 deste mês de dezembro de 2021 em 35 municípios de Mato Grosso do Sul. O intervalo de confiança é de 95% e a margem de erro máxima 2% pontos percentuais, para mais ou para menos.