Uma verdadeira montanha russa de sentimentos. Se pudéssemos definir o ano de 2021 com uma expressão, essa certamente cairia bem. Janeiro começou diferente. A alegria das famílias reunidas envoltas à emoção das celebrações entre o Natal de 2020 e o Réveillon de 2021 foram tomadas de outras sensações diante do que já era considerado o segundo ano de Pandemia do Novo Coronavírus (Covid-19).
Ainda no segundo dia do ano de 2021, o Capital News trazia a primeira notícia recheada de preocupação para o ano novo. Mato Grosso do Sul ultrapassava 135 mil casos confirmados de Covid-19. A reportagem de Elaine Silva dava conta que a ocupação de leitos hospitalares continuava em alta com 611 novos diagnósticos positivos para a doença no sábado, 2 de janeiro, sendo que a maioria dos casos foram registrados na Capital.
De acordo com a reportagem, o número de casos passou para 135.361 e a taxa de ocupação de leitos continuava alta. Óbitos foram registrados na Capital, em Corumbá e nas cidades de Mundo Novo, Dourados, Rio Verde e São Gabriel do Oeste.
Na ocasião, cinco macrorregiões do Estado apresentavam índices assustadores de ocupação de leitos hospitalares, com Campo Grande excedendo o esperado e alcançando 101% da capacidade para pacientes Covid-19.
Dessa forma, o ano seguiu com planejamento e aquisição de vacinas, tanto por parte das prefeituras quanto do governo Estadual.
Ainda em seu discurso de posse, no dia 1 de janeiro, o então eleito prefeito Marquinhos Trad declarou que a Prefeitura de Campo Grande havia encaminhado ao Instituto Butantan, a proposta de compra da vacina contra Covid-19, pedido esse que apresentava calendário para a chegada da vacina ainda em janeiro. Na época, a proposta estimava a compra de 121.736 doses para o primeiro mês, 104.345 em fevereiro e 121.736 em março.
Durante esse tempo, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul recebeu 158 mil doses da vacina, que foram desembarcadas no dia 18 de janeiro de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), que saiu de São Paulo e pousou na Base Aérea de Campo Grande.
Mesmo diante de toda a movimentação que já se avistava acerca da situação sanitária que se agravara no país, muitas festas clandestinas foram flagradas e as pessoas insistiram muito em manter encontros e aglomerações, o que forçou o poder público a estabelecer novamente o chamado Toque de Recolher, com fechamento de bares e restaurantes, além de outros comércios, a partir das 22h.
Em Campo Grande, a prefeitura chegou a alterar um decreto do dia 20 de janeiro e prorrogou o toque diminuindo em uma hora a tolerância. De acordo com a reportagem da época, escrita por Elaine Silva, o decreto trazia um texto “determinado toque de recolher do dia 22 de janeiro a 6 de fevereiro de 2021, das 22h00min às 05h00min do dia seguinte, para confinamento domiciliar obrigatório em todo território do Município de Campo Grande”. Apenas postos de combustível, farmácias, serviços de saúde ficaram de fora do toque de recolher, além dos serviços de delivery, coletas de resíduos e ações destinadas ao enfrentamento da Covid-19.
Mesmo com o decreto n° 14.566 proibindo eventos com mais de 80 pessoas na cidade e o toque de recolher valendo das 22h às 5h, o final do mês de janeiro foi marcado por um show da dupla Ícaro e Gilmar no Terra Nova Eventos, localizada na MS-080, saída para Rochedo. Nas redes sociais várias pessoas publicaram fotos e vídeos no evento com convites a R$ 120.
A Prefeitura informou por meio de nota que os promotores não tinham autorização para realização do evento, que precisa de licença específica da Vigilância Sanitária.
Os cantores agradeceram por meio dos stories do Instagram, a presença das pessoas no show e deixaram convite para o próximo. Nos comentários da publicação em redes sociais, as pessoas os chamaram de irresponsáveis.
Antes mesmo do primeiro mês de 2021 acabar, os números mantinham todos em alerta. No dia 29 de janeiro o Estado já tinha registrado 506 mortes pela Covid-19.
“Em 24 horas, 14 pessoas morreram por coronavírus e 750 novos exames deram positivos para a doença, demonstrando que a pandemia continua avançando em Mato Grosso do Sul”.
Segundo o boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o número de diagnosticados com a doença já era de 159.881. Deste total, 2.885 pessoas perderam suas vidas.
Enquanto isso, cidades do interior cancelavam, pela primeira vez nas história do Brasil, a festa mais popular do País: o carnaval.
Acontece que não somente as festividades eram suspensas, como também as aulas presenciais, cujo retorno foi adiado várias vezes, tanto na rede pública quanto na privada.
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Enquanto isso, a vacinação seguia a passos largos e ainda em fevereiro, apesar das restrições e medos que incluíam dúvidas acerca da imunização, o Estado já estava entre os quatro com melhores índices de vacinação e apresentava 90% de infectados recuperados.
Em maio, com bandeira cinza indicando risco alto de contaminação em várias cidades, incluindo Campo Grande, muitos locais aderiram a um novo lockdown que levou muitas empresas a fecharem as portas.
No mês seguinte, Mato Grosso do Sul era destaque ao bater recorde na aplicação de vacinas. Em, 26 de junho, 34.875 doses já haviam sido aplicadas. O Estado distribuía aos 79 municípios, as 105.090 doses de vacinas contra a Covid-19, sendo 48.600 doses da Coronavac, 37.440 doses da Pfizer e 19.050 doses Janssen, o que permitiu excelentes resultados no desempenho vacinal neste final de semana.
Dados do Vacinômetro MS, mostram que das 1.720.310 doses entre Pfizer, Coronavac, AstraZeneca e Janssen enviadas pelo Ministério da Saúde, 1.593.719 foram aplicadas, sendo 1.144.340 na primeira dose ao que corresponde a 40.73% e 229.379 com a segunda dose, o que corresponde a 16.47%. Levantamento nacional destaca também neste domingo (27), Mato Grosso do Sul em primeiro lugar na aplicação de doses tanto da D1 quanto D2.
Já no mês de outubro, a melhor notícia do ano dava conta que em 48 horas, Mato Grosso do Sul não registrava mortes por covid-19. Aos poucos o sul-mato-grossense seguia o cenário de melhora no quadro da pandemia com regras mais brandas e a realização de eventos, seguindo normas de biossegurança. Tanto que o calendário de volta às aulas para 2022 já era regulamentado em novembro.