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Cotidiano Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2019, 10:15 - A | A

Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2019, 10h:15 - A | A

VAZOU

Documentos sigilosos da Vale registram “quase acidente” em MS neste mês

Acidente que poderia ter atingido Pantanal foi no dia 5 de janeiro deste ano

Caroline Carvalho
Capital News

Divulgação/GovernoMS

Imasul conclui vistoria em barragens e diagnóstico sai em 15 dias

Técnicos fazem vistoria em barragens de Corumbá-MS

Relatórios confidenciais da empresa multinacional Vale foram invadidos por grupo de hackers ainda esta semana. Entre os mais de 40 mil arquivos divulgados, um documento demonstra que Mato Grosso do Sul por pouco escapou de um acidente ainda este ano, que poderia ter tido dimensões catastróficas. 

 

As informações do ataque cibernético foram enviados à TecMundo, e relatam incidentes em plantas da mineradora no Brasil e em outros 4 países, entre 2017 e 2019. Nas atas, a Vale classifica os acidentes em pessoal, ambiental, material e “quase acidente”. Além disso, existem classificações da severidade do acidente que ainda envolvem “Real” e “Potencial”

 

Segundo o documento, um “quase acidente” atingiu uma mina subterrânea em Corumbá no dia 5 de janeiro deste ano. Mesmo que não tenha ocorrido de fato, o risco potencial foi classificado como “catastrófico”, e poderia afetar o bioma do Pantanal, um dos mais ricos em fauna e flora do mundo. 

Reprodução/TecMundo

Documentos sigilosos da Vale demonstram ‘quase acidente’ em MS neste mês

 Documentos internos da Vale indicam possível acidente em Mato Grosso do Sul

 

No registro, consta que a equipe de perfuração “iniciou com o Fandril no acesso da Nildete às 01:00. Após realizar sete furos de cinco metros perceberam uma movimentação na lateral direita da galeria, e decidiram parar a atividade e recolher as hastes que estavam no furo e em seguida houve queda do material na lateral do equipamento”.

 

Na tabela do registro, o incidente teve impacto financeiro de potencial ‘leve’ para a empresa.  

 

Entre outros casos registrado nos arquivos, há o vazamento de 500 litros de óleo no Rio de Janeiro, classificado como ‘crítico’, por exemplo. Só neste mês de janeiro, a Vale registrou 60 alertas de incidentes no Brasil. 

 

A mineradora está nos holofotes nacionais desde o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), na última sexta-feira (25), que até o momento deixou mais de 85 mortos e 276 pessoas desaparecidas. 

 

Após a tragédia, equipes passaram a vistoriar as barragens de Mato Grosso do Sul. A inspeções ocorreram entre ontem (30) e hoje (31) e foram coordenadas pelo Imasul, que deve encaminhar o diagnóstico completo daqui há 15 dias

 

O diretor-presidente do Imasul, Ricardo Eboli, afirmou na ocasião que a população de Corumbá e Ladário não corre risco em caso de um possível incidente nas barragens.

 

O outro lado 

 

Em nota à reportagem do Capital News, a Vale informou que a ocorrência "não tem relação com nenhuma das barragens de sua propriedade", e que esse tipo de evento é registrado e criteriosamente analisado, como uma forma de prevenção para evitar sua recorrência.

 

A mineradora também afirmou que não houve riscos ao meio ambiente, e que a severidade reportada como 'catastrófica' se refere apenas às lesões que poderiam ser causadas aos empregados envolvidos no incidente.

 

Por último, a empresa disse que "não houve falhas técnica no site Sharepoint ou invasão de seu ambiente de TI", e que os arquivos supostamente vazados estariam disponíveis no site http://www.vale.com/. O local onde eles poderiam ser baixados, no entanto, não foi indicado. 

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