De braços cruzados desde as primeiras horas desta terça-feira (21), a maior parte dos motoristas do transporte coletivo de Campo Grande terá que voltar às suas atividades. A decisão foi há pouco anunciada pelo Tribunal Regional do Trabalho 24ª Região em atendimento a pedido feito pelo Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de Passageiros de Mato Grosso do Sul (Setur-MS).
Baseado na fundamentação apresentada no pedido de concessão de liminar para o encerramento do movimento grevista, o Desembargador Federal do Trabalho André Luiz Moraes de Oliveira determinou o retorno imediato - a partir da intimação, de 80% dos serviços, sob pena de multa diária ao Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano da Capital no valor de R$ 200 mil, cuja destinação será oportunamente decidida.
Na solicitação enviada ao TRT24, o Setur-MS pontuou situações que caracterizaram a ilegalidade da greve como: “ necessidade de comunicação antecipada”; “paralisação não informada de forma oficial às autoridades, nem à empresa”; “obrigatória convocação de assembleia geral para definir as reivindicações”; “prestação dos serviços mínimos e inadiáveis à população”; “usuários do transporte público sofrendo direta e irremediavelmente os efeitos dessa paralisação”; e “movimento paredista abusivo”.
- Saiba mais
- Em nota, CDL repudia greve dos ônibus e pensa em motivação política
- Tarifa de ônibus na Capital é reajustada a partir desta quarta-feira para R$ 4,65
- Consórcio Guaicurus pede ajuda da prefeitura e diz não poder pagar salário de julho
- Após um dia de greve, transporte coletivo volta a funcionar nesta quinta
- Reunião sobre greve dos ônibus termina com indefinição e nova reunião é marcada
- Prefeitura confirma congelamento no valor do passe ônibus até dezembro
- Prefeitura ainda não definiu quanto custará passe de ônibus
- Petição on-line reúne assinaturas contra o aumento da tarifa de ônibus
- Consórcio Guaicurus ingressa com ação para tentar barrar paralisação de ônibus na Capital
- Isenção do ISSQN para o transporte coletivo é aprovado na Capital
- Prefeitura convoca reunião para tratar da greve do transporte coletivo
- Projeto permite parceria entre Prefeitura, Governo e União para subsidiar passe dos estudantes
- Prefeitura diz que negociação salarial foge à sua alçada, mas mantém reunião sobre aumento de passagem
- Após audiência no Tribunal do Trabalho, sindicato põe fim greve dos ônibus
- Sem acordo para reajuste, motoristas do transporte coletivo paralisam atividades nesta quarta na Capital
- Reajuste dos trabalhadores do transporte urbano fecha em 10%
- Tarifa do transporte coletivo tem novo preço definido a partir de março
- Reunião que discutiria aumento do passe de ônibus é transferida para segunda
- Sindicato do Transporte coletivo mantém posicionamento e ônibus param em Campo Grande
- Temendo depredações, Guardas Municipais fazem segurança nos terminais
- Sindicato afirma ao TRT ilegalidade na greve do transporte coletivo
- Governo do Estado se compromete a subsidiar passe de alunos estaduais
- Transporte coletivo volta a rodar nesta quinta, mas assembleia no sábado pode definir greve
- Prefeitura quer ajuda do Governo do Estado para não aumentar tarifa de ônibus
- “Chega a ser constrangedor”, diz motorista de aplicativo sobre valor de corridas em dia de greve
- Governo repassa R$ 10 milhões para Prefeitura custear passe do estudante
Na decisão, o Desembargador considerou que a Constituição da República, em seu artigo 9º, caput, efetivamente garante o direito de greve aos trabalhadores, competindo a eles a decisão sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam defender por meio dele. Observou, contudo, que o texto constitucional igualmente estabelece limitações ao seu exercício ao estabelecer que, em se tratando de serviços ou atividades essenciais, as necessidades inadiáveis da comunidade devem ser atendidas.
O TRT concordou, ainda, que a greve foi “deflagrada sem observância aos ditames legais, sendo, prima facie, abusiva”.
Por fim, foi marcada audiência de conciliação para as 17h de hoje (21).