A guerra entre Rússia e Ucrânia contribuiu para o recorde histórico de comércio entre Brasil e Estados Unidos nos nove primeiros meses de 2022. Segundo o superintendente de Relações Governamentais da Amcham Brasil, Fabrizio Panzini,o conflito no Leste Europeu fortaleceu a relação do Brasil com o seu segundo maior parceiro comercial, o que culminou em aumento de 36% nas trocas entre os dois países.
Até setembro, o comércio entre Brasil e Estados Unidos movimentou US$ 67,3 bilhões. As importações somaram US$ 39,4 bilhões, cerca de 44,1% a mais do que no ano passado. Já as exportações cresceram 26% e totalizaram US$ 27,9 bilhões no período.
Ao Brasil 61, Panzini explica o que está por trás do crescimento significativo do comércio bilateral e como as empresas brasileiras e norte-americanas se tornaram mais seguras diante das instabilidades das cadeias de produção internacionais. Confira a entrevista abaixo.
- Saiba mais
- Presidente: posição do Brasil sobre conflito na Ucrânia é de cautela
- Manifestações contra cultura russa extrapolam contexto da guerra
- Presidente russo acusa Ucrânia de planejar genocídio
- Fifa impede participação da Rússia na Copa do Mundo
- Governo estudará subsídio para o diesel se guerra se prolongar
- Guerra na Ucrânia: papa Francisco pede “trégua pascal”
- Brasil defende integridade territorial das nações, diz presidente
- Comissão Europeia anuncia programa de apoio a refugiados ucranianos
- Guerra entre Rússia e Ucrânia encarece preços dos fertilizantes em mais de 140% e do petróleo em cerca de 70%
- Presidente do Congresso pede diálogo amplo entre Rússia e Ucrânia
- Avião da FAB parte na segunda para resgatar brasileiros na Polônia
- Jogador de MS que estava na Ucrânia chega em Campo Grande
- PMA eleva nível de assistência alimentar na Ucrânia
- Aumento das tensões da Guerra na Ucrânia impacta o Brasil
- Rússia acusa Ucrânia de usar comunidade pacífica como escudo vivo
- Otan diz que vai impedir que Moscou expanda a agressão
- Ucrânia: autoridades voltam a pedir à população para pegar em armas
- EUA fecham embaixada em Belarus e recomendam deixar a Rússia
- Repatriados da Ucrânia chegaram ao Brasil nesta quinta
- Ucranianos cumprem quarentena em São José dos Campos
- Zelensky agradece conselheiros da ONU por votos contrários à Rússia
- Jogador brasileiro que estava na Ucrânia desembarca amanhã no Galeão
- Rússia acusa EUA de financiarem armas biológicas na Ucrânia
- Brasil defende a permanência da Rússia no G20, diz Carlos França
- Ucrânia concorda com negociações sem pré-condições
- Ucrânia rejeita ultimato russo e Mariupol não se rende
- Não cabe ao Brasil discutir conflito na Ucrânia, diz presidente
- Crise na Ucrânia: na ONU, Cuba acusa a Otan de agir com “hipocrisia”
- Otan: “Não vamos entrar na Ucrânia, nem no espaço aéreo, nem em solo”
- ONU aprova resolução que condena invasão da Ucrânia pela Rússia
- Chanceler da Ucrânia pede mais sanções contra a Rússia
- Brasil pode ajudar na busca pela paz na Ucrânia, diz premiê holandês
- Presidente da Ucrânia diz que quase 9 mil soldados russos foram mortos
- Conflito na Ucrânia leva Europa a reforçar orçamentos de defesa
- Presidente norte-americano diz que Rússia deveria sair do G20
- Cerca de 800 soldados russos foram mortos em confronto, afirma Ucrânia
- Brasil pede cessar-fogo e respeito ao direito humanitário na Ucrânia
- Kamala Harris acusa Rússia de crime de guerra e pede investigação
- Zelenskiy questiona Conselho de Segurança da ONU na manutenção da paz
- FAB coloca aviões de prontidão para retirada de brasileiros da Ucrânia
- UE deve apoiar investigação sobre crimes de guerra
- Corte Internacional decide que Rússia deve retirar tropas da Ucrânia
- Brics: Brasil defende resolução pacífica para guerra na Ucrânia
- Após apelo, Embaixada diz que irá resgatar jogadores brasileiros na Ucrânia
- União Europeia anuncia fechamento do espaço aéreo a aviões russos
- Federação de Automobilismo se une a onda de sanções à Rússia
- Bolsonaro: pets poderão embarcar com brasileiros na Polônia
- Premiê diz que Ucrânia está prestes a integrar rede elétrica europeia
- Rússia não comparece à audiência na Corte Internacional de Justiça
- Lula recusa convite de Putin para ir a fórum econômico
- Ucrânia: Brasil vai manter posição de equilíbrio, diz Bolsonaro
- Assembleia Geral da ONU vota resolução que condena ofensiva militar
- Ucrânia afirma ter matado 200 soldados russos em um único dia
- Rússia veta resolução do Conselho de Segurança da ONU
- Conselho de Direitos Humanos da ONU debaterá guerra na Ucrânia
- Putin vê “mudanças positivas” nas negociações com Ucrânia
- Brasil concede 74 vistos para ucranianos em março
- Alemanha anuncia envio de armas e munições à Ucrânia
- PF: Brasil já recebeu 894 ucranianos desde a invasão russa no país
- Ucrânia: Itamaraty instrui embaixador brasileiro a retornar a Kiev
- Senadores lamentam ataque da Rússia à Ucrânia
- Mais de 660 mil pessoas já deixaram a Ucrânia, fugindo da guerra
- Rússia e Ucrânia vão abrir corredores humanitários para saída de civis
- Guerra entre Rússia e Ucrânia pode impactar inflação e PIB no Brasil
- Zelensky apela ao povo russo que combata a guerra
- Chanceler diz que Brasil não enviará à Ucrânia munição para tanques
- Presidente finlandês pede calma à população sobre ingresso na Otan
- Brasil pode aproveitar conflito para aumentar produção de fertilizante potássico
- ‘Em uma guerra não tem ganhadores, mas sim perdedores’ avalia Verruck
- “Com guerra na Ucrânia, retomada da UFN3 pode atrasar”, diz Verruck
- Brasileiro relata misto de alívio e preocupação ao chegar ao Brasil
- Rússia diz que cortará gás de países que não pagarem em rublo
- Itamaraty: cerca de 40 brasileiros embarcam em trem para sair de Kiev
- Brasil permitirá acesso de ucranianos a passaporte humanitário
- Biden anuncia novas sanções contra a Rússia
- Ministro diz ser contra sanções e pede permanência da Rússia no FMI
- Invasão russa: Itamaraty apela para a suspensão imediata do conflito
- Mais de 5 mil manifestantes antiguerra já foram detidos na Rússia
- Embaixador na ONU diz que Brasil está preocupado com os vulneráveis
- Governo prorroga concessão de visto para refugiados ucranianos
- Parlamento Europeu condena ação militar russa na Ucrânia
- ONU vai investigar se Rússia viola direitos humanos na Ucrânia
- Rússia diz que 498 soldados russos morreram; Ucrânia diz serem 7 mil
- Avião da FAB que resgatará brasileiros decola hoje para a Polônia
- Campo-grandense se prepara para ir à guerra na Ucrânia
- Guerra: Preços dos alimentos vai subir no Brasil
- “Não gastamos o suficiente em defesa”, diz chanceler britânica
- Otan decide ampliar defesas no flanco oriental da aliança militar
- Chanceler brasileiro conversa com representantes dos EUA e da China
- ONU: países pedem cessar-fogo russo e solução pacífica para conflito
- Governo vai recorrer a voos comerciais para repatriar brasileiros
- Ministro diz que agressão da Rússia à Ucrânia é inadmissível
- Rússia: brasileiros relatam situação na região de conflito
- “Mostrem que estão conosco”, pede presidente ucraniano a europeus
- Durante show, presidente russo diz que país nunca esteve tão forte
- Guerra chega ao cem dias com 20% da Ucrânia tomada e crise de refugiados
- Joe Biden anuncia maior sanção econômica da história à Rússia
- Conselho de Segurança pede reunião emergencial da Assembleia Geral
- Congelamento de reservas externas ameaça economia russa
- Itamaraty transfere embaixada de Kiev para a capital da Moldávia
Brasil 61: O que explica esse recorde de comércio de bens entre Brasil e EUA nos nove primeiros meses deste ano?
Fabrizio Panzini: Esse recorde de comércio de bens entre Brasil e Estados Unidos se explica por duas razões principais. A primeira delas é o aumento do preço de alguns bens transacionados, sobretudo em energia, por exemplo, petróleo, gás natural, entre outros, e se explica também pelo aumento das compras do Brasil, sobretudo de produtos que vêm dos Estados Unidos. O aumento da demanda no Brasil por produtos que o Brasil comprava de outras origens. Não só petróleo, mas fertilizantes, entre outros bens que os Estados Unidos passou a ser mais fornecedor do Brasil. Claro que as importações também cresceram do Brasil, mas em uma velocidade um pouco menor do que as importações brasileiras dos Estados Unidos.
Brasil 61: A guerra no Leste Europeu fez com que o fluxo de algum item importante no comércio entre os dois países aumentasse?
Fabrizio Panzini: Sim. O conflito armado que está ocorrendo no Leste Europeu definitivamente teve bastante influência no resultado desses nove meses de comércio entre Brasil e Estados Unidos. E por dois motivos: um porque o Brasil passou a comprar mais dos Estados Unidos produtos que comprava, por exemplo, da Rússia. Fertilizantes, por exemplo. E os Estados Unidos passaram a comprar mais produtos do Brasil que antes eram comprados de outras origens e o principal deles, não único, é o petróleo, mas tem outros bens que por influência da guerra aumentaram de preço. O próprio café, que a gente vende muito para os Estados Unidos aumentou de preço, o próprio petróleo bruto aumentou de preço. A guerra teve uma influência muito importante e isso tem ajudado os países a serem fontes mais seguras no momento turbulento internacional.
Brasil 61: As importações cresceram 44%, segundo a Amcham. Que bens o Brasil tem comprado mais dos EUA?
Fabrizio Panzini: As importações, de fato, foram um grande destaque de crescimento. No último ano já havia sido, mas nesse ano houve um aumento muito expressivo de importações. O primeiro que teve maior aumento foi o óleo bruto de petróleo, com quase 200% de aumento. Depois, a gente teve adubos e fertilizantes, com 160% de aumento. Tivemos também carvão, com 157% de aumento e elementos químicos inorgânicos, com 109% de aumento. Esses elementos químicos inorgânicos, provavelmente, insumos para fabricação de outros bens, alguns relacionados à agricultura, outros não necessariamente.
Brasil 61: Como o comércio entre os dois países contribuiu para a segurança de ambos no cenário internacional?
Fabrizio Panzini: O comércio entre os dois países tem contribuído com a segurança. Esse é um termo que a gente tem usado porque as cadeias globais de valor estão passando por disrupções, por quebras. Isso quer dizer que fornecedores que antes conseguiam fornecer ou estão fornecendo a um preço maior ou com prazos mais dilatados e as empresas perdem a segurança, perdem a previsibilidade em receber esses produtos. Portanto, no momento em que o Brasil acaba comprando menos de outros lugares que se tornaram parceiros menos previsíveis e que os Estados Unidos também têm parceiros menos previsíveis, os dois países aumentaram o comércio entre si em produtos que garantem segurança. No caso, segurança energética, porque aumentou muito as importações e exportações de bens relacionados à energia e segurança alimentar também. O Brasil comprando mais adubos e fertilizantes, mais inseticidas, fungicidas, herbicidas, está contribuindo para a segurança alimentar do Brasil e do mundo todo.