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2022 Domingo, 01 de Janeiro de 2023, 07:20 - A | A

Domingo, 01 de Janeiro de 2023, 07h:20 - A | A

Retrospectiva 2022 - Agronegócios

Estado bate recordes de produção e exportação, com ano positivo

Agro domina os números, mas crescimento industrial exponencial gera novas divisas para Mato Grosso do Sul

Odirley Deotti
Especial para o Capital News
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RETROSPECTIVA 2022

 

 

Deurico/Capital News

Foto ilustrativa de colheita de milho, grãos

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Mais um ano chega ao seu final com Mato Grosso do Sul se destacando no cenário econômico nacional. Mesmo com a inflação decorrente de pandemia e as consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia, que elevaram o preço dos combustíveis e fertilizantes e, consequentemente, de toda a cadeia produtiva, nosso Estado teve saldo positivo e contou com exportações recordes nos setores do agronegócio e industrial, grandes investimentos em setores produtivos e logísticos. Esse conjunto de circunstâncias elevou a empregabilidade no MS e garantiu o terceiro maior índice de geração de empregos no país.

 

Potência agroindustrial
As exportações sul-mato-grossenses cresceram 19,86% entre os meses de janeiro e novembro de 2022 em relação ao mesmo período do ano anterior. No total, foram US$ 7,595 bilhões, US$ 1,258 bilhão a mais que em 2021. O bom desempenho é resultado das vendas de soja, celulose, carne bovina, carne de aves e derivados industrializados, como os óleos vegetais e ferro gusa, conforme veiculado em reportagem de Elaine Oliveira para o Capital News em dezembro.

 

Com relação aos principais produtos exportados por Mato Grosso do Sul, a soja em grão representa quase um terço das exportações, com 26,79% do total comercializado. Em seguida vem a celulose, com 18,24% de participação e que nos próximos anos deve ganhar ainda mais espaço com os projetos em implantação. Outros produtos se destacaram em novembro por conta do aumento nas vendas externas, entre eles a carne bovina, com alta de 30,79%; óleos e gorduras vegetais, com mais de 54% e o ferro-gusa, que registrou alta de 231,24% nas exportações.

 

Resultado histórico

Deurico/Capital News

Fibria estima produção de 377 mil toneladas de celulose este ano

Celulose

Também em dezembro, Juliana Fernandes reportou ao Capital News os resultados com a exportação de produtos industriais. O acumulado de MS em 2022 alcançou US$ 4,68 bilhões, crescimento de 18% em relação a 2021, quando chegou ao valor de US$ 3,95 bilhões. Os responsáveis pelo impulso na receita fazem parte do  tripé que vem ganhando força no Estado, com investimentos expressivos: “Complexo frigorífico”, “Celulose e papel” e “Óleos vegetais e demais produtos de sua extração”. Juntos, eles responderam por 80% da receita das exportações do setor industrial entre janeiro e novembro de 2022.

 

Mais pessoas empregadas

Mato Grosso do Sul também foi destaque na geração de empregos, em parte, pelos investimentos no setor de celulose, abate e exportação de animais e soja e seus derivados. Atrás apenas de Mato Grosso (4,4%) e Santa Catarina (3,9%), o Estado apresentou índice de desemprego de 5,2% no segundo trimestre de 2022. O resultado é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) Trimestral, do IBGE.

Divulgação/Governo do MS

Reinaldo Azambuja

Azambuja vistoriou obras em andamento na região


À época, o então governador, Reinaldo Azambuja (PSDB) falou ao Capital News, em reportagem de Elaine Oliveira: “não somos mais do binômio soja-boi. Somos o Estado que diversificou a economia, multiplicou as atividades industriais criando parques industriais. Somos o que mais investe no país, o terceiro menor índice de pobreza, o terceiro menor desemprego e o maior crescimento de PIB da pandemia e na projeção de 2022”.

 

O setor de celulose e papel é um dos grandes responsáveis pela elevação nos índices, com mais de R$ 55 bilhões de investimentos e previsão de geração de 27 mil empregos diretos, além de milhares de indiretos decorrentes da instalação das fábricas. Estão contabilizados nesses números também os empreendimentos em operação e em fase de implantação nos últimos 8 anos, segundo a Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

 

O maior aporte está previsto para os próximos anos, com mais de R$ 34 bilhões de investimento em duas fábricas de celulose: o Projeto Cerrado em Ribas do Rio Pardo, pertencente a Suzano. E o Projeto Sucuriú, da chilena Arauco, em Inocência. Só na parte industrial serão investidos mais de R$ 15 bilhões pelo grupo Arauco, somado-se o projeto da base florestal o montante chega a R$ 20 bilhões.

 

A empresa prevê a abertura de mais de 12 mil vagas de trabalho na fase de construção, em Inocência. Quando em funcionamento, serão pelo menos mais 550 empregos diretos e indiretos.

Divulgação/Suzano

Obras do Projeto Cerrado seguem a todo vapor em Ribas do Rio Pardo

Obras devem ser entregues no segundo semestre de 2024

 

No Projeto Cerrado, da Suzano, já em andamento na cidade de Ribas do Rio Pardo, o investimento passa dos R$ 19 bilhões. A cidade do interior de Mato Grosso do Sul, distante 97 quilômetros da capital, foi atingida por uma explosão populacional e de pequenos negócios decorrentes da chegada de pessoas de todas as regiões em busca de trabalho nas obras para a instalação da fábrica da Suzano. Em junho eram cerca de 4 mil trabalhadores no canteiro de obras, além dos setores beneficiados indiretamente. Para os primeiros seis meses de 2023, a previsão é de que sejam gerados mais de 10 mil empregos diretos consequentes do empreendimento.

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