“Eu não duvido de nada. Pra mim tudo é possível nesse momento, todas as possibilidades, alternativas, eu acho que tudo é possível”
“Eu não duvido de nada. Pra mim tudo é possível nesse momento, todas as possibilidades, alternativas, eu acho que tudo é possível”. A frase de lamentação é da avó da menina Sofia, a professora Delziene da Silva de Jesus, 48 anos, quando questionada sobre o possível envolvimento do casal com drogas ou outras situações que pudessem justificar o ato cruel.
Bastante consternada, a avó da criança morta e abusada pelo padrasto atendeu a reportagem do jornal Capital News na tarde desta sexta-feira (27) e disse ter estado há pouco com a mãe do suposto agressor, que está sob os cuidados da filha caçula do casal, uma bebê de apenas seis meses.
“Minha outra netinha está com a outra avó desde ontem. Eu estive lá para conversar com ela e decidir como vamos fazer. Por enquanto vamos nos revezando até definir como vai ser a questão da guarda”, afirmou.
Sobre o comportamento violento do genro, a professora disse que nunca chegou a presenciar nada pois tinha pouco contato com eles. “Estavam em um relacionamento recente, de pouco mais de um ano e eu não sou daquelas sogras que ficam em cima. A única coisa que eu batia muito de frente era com a questão do trabalho, porque ele não parava em lugar nenhum. Minha filha estava de resguardo e tinha que trabalhar porque ele não provia a casa”, contou.
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Segundo ela, esse foi o desentendimento que acabou afastando ainda mais ela da família. “Me proibiram de ir lá. A gente fala as coisas, as verdades e depois sai de ruim da história”, desabafou.
De acordo com a avó, o pai de Sofia já havia registrado os boletins de ocorrência por maus tratos, mas a filha se negava a passar a guarda para ele por causa da relação homoafetiva que sustentava.”Mas eu acho que não é justo, não tem nada a ver”, afirmou.
“Eu falava muito com ela (a filha) pelo whatsapp, chamada de vídeo, às vezes até ia buscar a menina na casa do pai, já que fica longe e eu sou a única que tem carro”, afirmou. “Ficar comigo era muito raro, desde que ele entrou na vida dela ela mudou muito”, afirmou sobre a única filha.
Sobre a possibilidade de agressão cometida contra as demais crianças, uma do casal e um só dele, a avó disse que ficou muito preocupada e foi até eles para ver de perto se havia algum sinal, mas que não encontrou nada parecido com o que sofreu Sofia.
O velório da menina Sofia deve acontecer nas próximas horas, assim que a polícia fizer a liberação do corpo, no Jardim das Palmeiras, ao lado da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).
O crime
Christian Campocano Leitheim e Stephanie de Jesus foram presos em flagrante depois que a mãe deu entrada com a menina na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Coronel Antonino. A menina Sofia foi vítima de agressão e também pode ter sido estuprada. As informações foram repassadas pela delegada Anne Karine Sanches Treviza, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) durante coletiva de imprensa na manhã de hoje.
Sofia já tinha passado 30 vezes por atendimento médico em unidades de saúde, sendo que em uma das vezes a criança estava com a tíbia quebrada. O pai chegou a entrar com pedido de guarda da criança e registrou dois boletins de ocorrência por maus tratos, mas não teve tempo de salvar a menina.