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Política Quinta-feira, 30 de Agosto de 2018, 11:09 - A | A

Quinta-feira, 30 de Agosto de 2018, 11h:09 - A | A

DENÚNCIA

Em documento registrado em cartório, ex-assessor acusa Odilon de ter vendido sentenças

Ex-funcionário do juiz aposentado protocolou o documento contando irregularidades que ocorriam durante a atividade do magistrado

Leonardo Barbosa
Capital News

Arquivo/Reprodução

Em documento registrado em cartório, ex-assessor acusa Odilon de ter vendido sentenças

Odilon de Oliveira (PDT) com o ex-policial Eduardo Carvalho, assassinado em 2012

 

Em documento de 23 páginas registrado no 1º Cartório Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais de Bauru (SP), o ex-assessor do juiz aposentado Odilon de Oliveira (PDT), candidato ao Governo do estado nas eleições de 2018, Jedeão de Oliveira, relata mais irregularidades praticadas pelo magistrado durante sua atividade, além de “inflar dados enviados à imprensa e manipular autorização de escutas telefônicas”.

 

No documento, Jedeão, que foi funcionário da 3ª Vara Federal de Campo Grande por quase 22 anos, afirma que o então juiz Odilon, negociava sentenças para a liberação de bens de traficantes. Segundo Jedeão, em um das oportunidades, ele teria recebido uma ligação anônima informando que o juiz estaria negociando a liberação de bens do traficante Luiz Henrique Rodrigues Georges, o Tulú, por R$ 30 mil. O ex-assessor chegou a relatar a denúncia para Odilon, porém, pouco tempo depois, o magistrado deferiu a liberação dos bens, “exatamente igual aquela pessoa tinha descrito ao telefone”.

Arquivo/Reprodução

Em documento registrado em cartório, ex-assessor acusa Odilon de ter vendido sentenças

O juiz aposentado Odilon de Oliveira (PDT) com o ex-policial Eduardo Carvalho e o empresário Jamil Name

 

Jedeão conta que as negociações com Tulú, eram mediadas pelo ex-policial militar Eduardo Carvalho, assassinado em 2012 por pistoleiros, proprietário do site Última Hora News e amigo pessoal de Odilon. o juiz aposentado também é acusado pelo ex-servidor de repassar a administração de bens apreendidos à filha de Eduardo Carvalho, a advogada Ana Cláudia Carvalho. Segundo Jedeão, a filha do ex-policial ficou encarregada da locação dos imóveis apreendidos e do arrendamento de áreas rurais, porém não prestava contas sobre os mesmos. “No começo eram as prestações de contas mensais que não eram feitas. Depois a bagunça com as contas judiciais onde eram depositados os valores e o sumiço dos valores e a constatação de que os inquilinos pagavam o aluguel, mas não tinha prestação de contas”, diz o ex-servidor no documento.

 

Mais denúncias são feitas no documento, em relação a atuação do magistrado na Operação Nevada, realizada em 2016 contra o tráfico de drogas na fronteira. Nesta época, Jedeão acabará de ser exonerado, porém recebeu informações de que Odilon receberia a quantia de R$ 1 milhão para a campanha de seu filho, Odilon de Oliveira Júnior, para o legislativo municipal em 2016, caso liberasse réus envolvidos na investigação. Porém, segundo o documento, a liberação dos mesmos não aconteceu.

 

Outro lado

Em nota enviada à imprensa, o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira disse que “por ser réu confesso e por ter sido exonerado a pedido do juiz, o ex-servidor lança suspeitas sobre os juízes e servidores da vara e acusa, de modo criminoso, o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Justiça Federal”.

 

“Em sua carreira na Justiça Federal, Odilon jamais sofreu processo e seu passado limpo incomoda os adversários, que veem nele um candidato forte para vencer a disputa ao governo de Mato Grosso do Sul”, diz a nota enviada por sua assessoria.

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