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Reportagem Especial Sexta-feira, 30 de Setembro de 2022, 11:53 - A | A

Sexta-feira, 30 de Setembro de 2022, 11h:53 - A | A

Reportagem Especial

Aos 79 anos eleitora guarda todos os comprovantes de votação

Maria Augusta começou a votar aos 18 anos e desde então não faltou a uma eleição

Renata Silva
Especial para o Capital News

Divulgação

Aos 79 anos eleitora guarda todos os comprovantes de votação

Maria Augusta durante o lançamento do livro “Imagens e história do Patrimônio Cultural de Campo Grande – MS”

Desde os 18 anos o ritual é o mesmo: Maria Augusta de Castilho acorda bem cedo, toma seu café da manhã, se arruma e vai com a “colinha em mão” às urnas escolher o candidato que deseja que a represente pelos próximos quatro anos. O gesto se repete desde que votou pela primeira vez, em 1952, de lá pra cá não faltou a uma eleição e guarda todos os comprovantes do compromisso com a justiça eleitoral.

"Tenho o dever de votar e por isso, mesmo aos 79 anos, faço questão absoluta"

 

Maria Augusta de Castilho é professora no Curso de História e no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Local - Mestrado/Doutorado. Ambos na Universidade Católica Dom Bosco - UCDB, sendo também responsável pelo Laboratório de História. Ela já Publicou vários livros, livretes, artigos em periódicos científicos e em anais de eventos.

A professora é daquelas brasileiras “roxa” e, como ela mesma diz, honra o país em todos os aspectos fundamentais, entre eles esta o dever de votar, mesmo que hoje, para ela seja facultativo. “Eu acredito, que, como brasileira tenho o dever de votar e por isso, mesmo aos 79 anos, faço questão absoluta”, frisa.

"Votar sempre foi uma das minhas maiores vontades"

 

Filha do meio de uma família de quatro irmãos, sempre teve uma educação conservadora, pautada na honestidade e nos valores éticos. Na infância, ansiava completar os 18 anos para dirigir e tirar o título de eleitor. “Eu sempre quis completar a maior idade para poder fazer coisas que sendo menor na época não poderia e votar sempre foi uma das minhas maiores vontades”, detalha.

Como cidadã e doutora em história acompanhou os as mudanças nas eleições, entre elas a idade para votar, a campanha eleitoral e a forma do voto, relembra.

Nos anos de 1950, por exemplo, o voto a partir dos dezesseis anos era proibido, a propaganda eleitoral era diferente, feita com marchinhas e ela não se recorda de brigas como na atualidade.

"As campanhas políticas
eram mais saudáveis"

 

A professora também fala que quando começou a votar, a cédula era de papel e que muitas pessoas se preparavam para o dia como se fossem num evento, mas também recorda que tinha outras que votavam a mando do patrão, por alimentos roupas, o que para ela, não mudou muito. “As campanhas políticas eram mais saudáveis, dialogava-se mais, as brigas eram mais amenas, sem ódio. As de hoje são de um nível muito baixo”, pontua.

Acervo pessoal

Aos 79 anos eleitora guarda todos os comprovantes de votação

Eu acredito, que, como brasileira tenho o dever de votar e por isso, mesmo aos 79 anos, faço questão absoluta

 

Maria Augusta é criteriosa na escolha dos candidatos e antes de apertar o confirma, estuda a atuação do escolhido, a carreira dele e as propostas. Se a pessoa é eleita, faz questão de acompanhar seu trabalho e é firme ao dizer: “Se ele agir contra o que havia proposto, não contará com seu voto caso tente uma reeleição.

Ela também fala que antigamente os candidatos trabalhavam mais em prol da comunidade e hoje em dia a maioria trabalha em benefício próprio. Maria Augusta diz que os eleitores evoluíram muito de uns anos para cá, estão mais atentos e participativos e que a internet, embora difunda muitas informações falsas, é ferramenta importante nesse cenário.

Em sala de aula, ela fala sobre essas mudanças e debate o tema, para a professora é saudável é necessário desde que com muito respeito. Nessa trajetória de vida , quer deixar um legado importante. “O legado que quer deixar é de ter sido uma cidadã honesta cumpridora dos deveres”, destacou.

"Ás vezes temos dissabores em algumas eleições, mas o importante é continuar na sua retidão para que na próxima possamos ter um candidato melhor"

 

Já está tudo pronto para as eleições do próximo domingo (2), Maria Augusta sabe os candidatos que, para ela, farão a diferença nos próximos quatro anos, mas caso as coisas não se encaminhe como deseja, vai continuar analisando e se preparando para a próxima eleição. “Ás vezes temos dissabores em algumas eleições, mas o importante é continuar na sua retidão para que na próxima possamos ter um candidato melhor”, finaliza.

Acervo pessoal

Aos 79 anos eleitora guarda todos os comprovantes de votação

Comprovantes de votação dos anos de 1988 e 2018, os outros estão inelegíveis e alguns com traças

 

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