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Nacional Quarta-feira, 28 de Junho de 2017, 09:15 - A | A

Quarta-feira, 28 de Junho de 2017, 09h:15 - A | A

Em pronunciamento oficial

Temer lança ofensiva contra Janot e diz não haver provas contra ele

Procurador-geral da república disse que cumpre “à risca o comando constitucional” e que ninguém está acima da lei

Maisse Cunha
Capital News

José Cruz/Agência Brasil

Temer pede no STF suspensão de inquérito aberto com base em gravação “adulterada”

 

Em pronunciamento oficial, realizado na tarde desta terça-feira (27), o presidente Michel Temer (PMDB) endureceu o tom contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, responsável por denunciá-lo, na última segunda-feira (26) ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de corrupção passiva.


Em seu discurso, Temer disse que a investigação contra ele e o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), preso desde o início do mês na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, capitaneadas por Janot não passam de “uma obra de ficção”.


Acompanhado de vários ministros do Governo, Temer disse que é “vítima de uma infâmia”, que a denúncia da PGR é frágil e cobrou provas concretas. “Eu fui denunciado por corrupção passiva. Notem, vou repetir a expressão, corrupção passiva a essa altura da vida, sem jamais ter recebido valores. Nunca vi o dinheiro e não participei de acertos para cometer ilícitos. Onde estão as provas concretas de recebimento desses valores? Inexistem", afirmou o presidente.


Em seu parecer, enviado ao STF, Janot disse que as as evidências de que Temer recebeu propina e atuou em favor da JBS no governo são robustas. Antes, a Polícia Federal já havia informado que as provas colhidas no inquérito contra o peemedebista demonstram “com vigor” que ele cometeu, sim, crime de corrupção.


Temer, ainda no dircurso feito no Palácio do Planalto, disse que tem “orgulho de ser presidente” e afirmou que não sabe como Deus o colocou na Presidência. Ele ainda dedicou parte de seu pronunciamento a atacar a pessoa de Janot, que segundo Temer “busca a revanche, a destruição e a vingança”.


Em nota divlgada à imprensa, após o pronunciamento de Temer, Janot afirma reafirma que “cumpre à risca o comando constitucional de que ninguém está acima da lei ou fora do seu alcance”.

Denúncia
Temer foi denunciado pela PGR por suposta prática de crime de corrupção passiva. As denúncias foram baseadas na gravação de conversa entre o empresário Joesley Batista, dono da JBS, e o presidente, ocorrida em março deste ano.


No áudio, Joesley confessou que estava pagando propina ao ex-deputado federal, cassado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na cadeia. Mesmo com a confissão do crime de obstrução da Justiça, Temer nada fez e ainda disse, conforme demonstra a gravação, “tem que manter isso ai, viu”, supostamente dando aval para a continuidade do crime.


Loures, ex-assessor especial de Temer, foi flagrado pela PF recebendo uma mala com R$500 mil do executivo da JBS Ricardo Saud. O dinheiro, segundo as autoridades, tinha o presidente como destinatário.

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