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Cotidiano Terça-feira, 29 de Maio de 2018, 10:22 - A | A

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Comitê de Crise

Com greve dos caminhoneiros, prejuízos do setor do industrial somam R$ 400 mi

Comitê de Monitoramento de Crise apresentou como propostas a redução da alíquota do ICMS do diesel de 17% para 12%

Flávio Brito
Capital News

Fiems/Divulgação

Com greve dos caminhoneiros, prejuízos do setor do industrial somam R$ 400 mi

Em reunião, representantes de entidades avaliaram efeitos da greve dos caminhoneiros 

O setor produtivo de Mato Grosso do Sul, representado pela Fiems, Fecomércio-MS, Famasul, Faems, FCDL, Amas e Sebrae-MS, convocou, nesta segunda-feira (28), o CMC (Comitê de Monitoramento de Crise) para apresentar propostas para amenizar as perdas da sociedade como um todo em razão da greve dos caminhoneiros. Segundo o presidente da Fiems, Sérgio Longen, os prejuízos apenas do setor do industrial já chegam a R$ 400 milhões. Na sexta-feira (25), 100% das empresas do setor no Estado pararam suas atividades.

 

A reunião, realizada no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande, contou também com a presença do secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, do presidente da Comissão de Turismo, Indústria e Comércio da Assembleia Legislativa, deputado estadual Paulo Corrêa, e do comandante do CMO (Comando Militar do Oeste), general de Exército José Dias Freitas.

 

Fiems/Divulgação

Com greve dos caminhoneiros, prejuízos do setor do industrial somam R$ 400 mi

Empresários querem a redução da caga tributária

“A sociedade já começa a perceber que mesmo com uma reivindicação válida começa a trazer prejuízos para todos. Não suportamos essa situação, entendemos que a manifestação já surtiu efeito e de agora para frente precisamos encontrar uma solução de sair dessa crise e é isso que fizemos no dia de hoje”, afirmou.

 

Ele informa que durante a reunião o Comitê de Monitoramento de Crise apresentou como propostas a redução da alíquota do ICMS do diesel de 17% para 12% e os parcelamentos do ICMS que vence no próximo dia 5 de junho e da ST (Substituição Tributária), que vence no dia 25 de junho. “A redução da alíquota do ICMS do diesel atende às necessidades do agronegócio e beneficia também os caminhoneiros. Nós, empresários, também precisamos dessa redução para garantirmos a competitividade”, acrescentou.

 

O presidente da Famasul, Maurício Saito, reforçou que com o agronegócio é responsável por 95% de todas as exportações de Mato Grosso do Sul e, devido ao fato de estar tudo parado, o prejuízo é total. “A manifestação dos caminhoneiros teve o apoio do setor agropecuário, por ser legítima, mas também temos o bom senso da necessidade de haver um equilíbrio, para que possamos fazer o trânsito daquilo que é necessário, como mantimentos, perecíveis, medicamentos”, falou.

 

Ele ainda ressaltou que demanda da redução do ICMS é uma pauta defendida pelo setor justamente por afetar não só o produtor rural, mas a sociedade como um todo. “Em relação à última safra houve um incremento de 20% no valor do óleo diesel, e as operações agrícolas estão vinculadas a esse aumento, por isso acreditamos ser necessária essa redução”, salientou.

 

O general de Exército José Dias Freitas garantiu o abastecimento de outros produtos além do combustível, que já está sendo escoltado no Brasil pelas Forças Armadas. “É um momento grave, nós enfrentamos sérios problemas de desabastecimento. Não analisamos o pleito da paralisação e sim as consequências e contra essas consequências é que temos de trabalhar, como o desabastecimento da população, paralisação de serviços essenciais, dos empresários aqui”, finalizou.

 

Já o deputado estadual Paulo Corrêa afirmou que defenderá as propostas apresentadas pelo CMC na Assembleia Legislativa. “Como presidente da Comissão de Turismo, Indústria e Comércio da Assembleia, nunca faltei com meus compromissos quando solicitado e não será diferente agora e levarei esse pleito à frente”, afirmou. Também participaram da reunião representantes da Águas Guariroba, Infraero e Energisa.

 

Linhas de crédito

Em virtude dos prejuízos causados pela greve, os empresas cogitam a possibilidade de recorrer às linhas de crédito para garantir o pagamento de salários. Longen ainda destacou que outra preocupação do setor empresarial é com relação ao pagamento dos salários dos trabalhadores. 

 

“Por isso trouxemos representantes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que apresentaram taxas bastante interessantes. A Caixa tem proposta de capital de giro com até 60 meses para pagar e até 12 meses de carência a um juro de 0,83% ao mês. O Banco do Brasil também tem recursos suficientes para atender demandas das empresas, com juros que vão até 6% ao ano”, completou.

 

Judiciário afetado 

O presidente da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul), Mansour Karmouche, também participou da reunião e citou os efeitos da greve para o trabalho do Judiciário. 

 

Karmouche lembrou que o TRT-MS (Tribunal Regional do Trabalho) suspendeu as audiências nesta semana, o TJMS (Tribunal de Justiça do Estado)  fez o mesmo para a agenda desta segunda-feira. Já o TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), que atende São Paulo e Mato Grosso do Sul, suspendeu prazos e audiências nos dois Estados.

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