Lamentamos profundamente o caso da modelo Mariana Ferrer, especialmente pela falta de tato, empatia e humanidade dos envolvidos na cena divulgada. Sabemos que esse não é o primeiro caso, muitas pessoas já sofreram humilhações até piores. O estupro é uma invasão que deixa rastros para o resto da vida pois o trauma é internalizado em seu corpo, o desafio de cicatrização é um longo caminho.
Todo processo pós denúncia envolve uma série de vivencias bem constrangedoras. O caso traz à tona uma realidade lamentável: o despreparo das autoridades para lidar com esse tema. A Juiza Denize Dódero, de Campo Grande, MS, comentou: “Temos de romper tantos silêncios e culpas seculares. Imagino como é importante para uma vítima confiar em um sistema de leis e de Justiça!! Que ela possa saber de antemão que, independente do resultado de seu processo, que seus direitos mais sagrados de humanidade e dignidade serão garantidos e preservados. Precisamos expor nossas mazelas e começar os mais necessários debates se quisermos aperfeiçoar nossa prestação jurisdicional com igualdade efetiva. Admitirmos que temos uma cultura a ser vencida e que o conhecimento é necessário para trazer luz em tantos paradigmas. Violência de gênero processual é inadmissível e nosso silêncio uma omissão perturbadora.”
Infelizmente, em nossa sociedade ainda impera a cultura do estupro, onde se justifica o estupro, e essa cultura trata a mulher como um objeto de satisfação e o homem como um ser irracional que não tem controle sobre seus impulsos. A “pureza” sexual feminina é mitificada, enquanto o apetite sexual masculino é estimulado. Quero trazer essa reflexão: O homem realmente é um ser irracional? Imagine que alguém entra em sua casa, defecasse em sua sala e saísse sem dar explicações, e ainda te culpar porque a casa estava aberta?
Não existe justificativa para tal ato! Essa cultura na maioria dos casos gera a síndrome do silencio, onde a vítima se cala na intenção de não sofrer mais do que já sofreu. Além de tudo isso, a principal característica das vítimas de abuso é a culpa, demandando grande parte do processo terapêutico, como se a vítima fosse culpada e carregue esse sentimento por muito tempo para não vivenciar o trauma novamente, já que se trata de uma perversidade terrível.
- Saiba mais
- A cada 40 segundo uma pessoa se suicida no mundo
- Mês de conscientização contra a violência doméstica
- Plataforma Cultural recebe exposição sobre saúde mental
- Converse sobre prevenção ao abuso com as crianças
- Maio Laranja: Ações básicas para proteger as crianças e adolescentes
- Violência na escola
- Falta pouco para Projeto Nova atingir meta e quitar dívidas de agosto
- Falta pouco para a exposição “Significar Infância”
- Maio laranja: campanha visa combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes
- Blinde sua mente! Psicanalista fala sobre cuidados com a saúde mental durante a pandemia
- Crianças e adolescentes vítimas de abuso lançam livros em Campo Grande
- Projeto Nova busca levantar R$ 3,5 mil para quitar dívidas
- Maio Laranja em combate a exploração sexual de crianças e adolescentes
- Maio Laranja: Dia D tem retrato de superação ao abuso
- Campanha contra abuso e exploração sexual infantil é lançada
- Do trabalho com garotas de programa, a Projeto voltado a vítimas de abuso e exploração sexual
- Maio Laranja: Live debate meios de prevenir abusos dentro das igrejas
- Desembargadora fala sobre o enfrentamento ao abuso sexual infantil
- Reunião define tarefas para construção de Centro de Atendimento à criança
- Feijoada beneficente busca angariar fundos a projeto social
- Maio Laranja: mês de combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes
- Live fala de “como superar o abuso sexual”
- Projeto lança clip e torna lágrimas da violência sexual infantil em música para transformar dores
- Audiência Pública gera documento visando combate à Exploração Sexual Infantil
- Agosto lilás: “Eu era espancada todos os dias até quando estava grávida”
- Projeto Nova promove “Webconferência - Infância, Seu Corpo e o Mundo”
- Prevenção ao abuso sexual durante as férias de verão
- Almoço árabe tem lucro revertido para projetos sociais
- Acompanhe o lançamento da exposição Saúde Mental
- Maio Laranja e a Infância Amputada
- Maio Laranja: Abuso sexual, precisamos falar sobre isso
- O estatuto da criança e do adolescente hoje
- Há 10 anos auxiliando vulneráveis, projeto da Capital ganha reconhecimento nacional
- Ação beneficente busca angariar fundos ao Projeto Nova
- Conscientização sobre abuso sexual se expandiu e atravessou fronteiras de Mato Grosso do Sul
- Mulher Cristã em tempo de crise
- Projeto de apoio a crianças e adolescentes vítimas de violência lança livros escritos por eles neste sábado
- Após perda de gestações, Elaine se curou por meio da arte
- Mãe conhece mundo das drogas, troca lar pelas ruas e recebe perdão no Natal
- Maio Laranja em libras para todas as pessoas
- Maio Laranja: Como proteger as crianças e adolescentes do abuso sexual
- Exploração sexual: afetividade e cuidados na abordagem são fundamentais para atendimento às vítimas
- Marcas de uma infância perdida
- Maio Laranja reforça combate à exploração sexual infantojuvenil
- Exposição artística retrata a importância da saúde mental
- 10 atitudes que podemos ter para combater a cultura do estupro
- Coordenadoras ministram treinamento para rede de educação em Sonora
- Projeto de Mato Grosso do Sul que atende crianças vítimas de abuso é selecionado para o Criança Esperança
- Enfrentamento ao abuso e exploração sexual em Porto Murtinho
- Com baixa adesão, Projeto Nova adia feijoada beneficente
- Exposição artística sensibiliza um olhar para crianças após abuso sexual
- Vaquinha social quer manter dentistas e psicólogos atendendo crianças e adolescente vítimas de abuso sexual
- Maio Laranja foi de alerta para alto índice de abuso sexual no país
- A violência silenciada
- Infância a venda
- Projeto social lança três livro por meio do “Meio Primeiro Livro”
- Exposição sobre “Saúde Mental” será inaugurada nesta quarta
- Minha casa meu lugar seguro
- Maio Laranja: Saiba como denunciar criança ou adolescente vítima de abuso sexual
- Cultura ou Estupro? Uma em cada três mulheres sofre violência no Brasil (Datafolha)
- Projeto Nova consegue bater meta e quitas dívidas de agosto
- Bazar online oferece peças a partir de R$ 5,00
- Psicanalista lança livro para conscientizar jovens contra violência sexual
- Live solidária em prol do Maio Laranja
- Dia Internacional da Mulher: luta por igualdade
- Projeto Nova atinge meta para quitar dívidas de julho
- Em combate à Exploração Sexual, alunos são alvos de campanha em Campo Grande
- Maio Laranja: exploração sexual de crianças e adolescentes
- Programa de acolhimentos às vitimas de abuso e violência sexual celebra resiliência e emancipa famílias
- Mais de 70% das vítimas de estupro são crianças e adolescentes
- Sobre esses casos de estupro e assédio que viralizam na internet
- Dia Nacional promove o enfrentamento ao abuso e à exploração sexual
Muitos que não entendem do assunto podem ter pensado, onde o advogado envolvido no caso poderia ter feito diferente. Alguns detalhes são importantes serem considerados, quando se tratar de uma entrevista ou conversa com alguém que sofreu estupro, deixando claro que não deve se expor levianamente, sempre levar em conta o aspecto de não revitimização. A escuta de uma vítima de violência sexual envolve a atenção no silêncio e inclusive, o respeitar como resposta. Entender os sinais ocultos e dar liberdade aos diálogos permitindo que ela abra aquilo que se sente a vontade para falar, detalhes nem sempre são relevantes. Ouvir é muito diferente de especular. Respeite a identidade dos vitimados, por mais que eles próprios não se incomodem jamais incentive a se expor desnecessariamente, porque os desdobramentos e o preconceito da sociedade podem trazer mais sofrimento do que se imaginava.
Podemos concluir com toda a repercussão do caso, a necessidade urgente de investimento na qualificação dos advogados, juristas, autoridades, imprensa e demais profissionais envolvidos na apuração de um caso de violência sexual, especialmente quando se tratar de crianças e adolescentes. Seria uma maneira palpável para assegurar e fortalecer, no âmbito do debate público, a devida prioridade em relação aos direitos humanos.
*Viviane Vaz
Mãe, Psicanalista, Missióloga, Escritora,
Coordenadora do Projeto NOVA
www.projetonova.com
• • • • •
A veracidade dos dados, opiniões e conteúdo deste artigo é de integral responsabilidade dos autores e não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Capital News |