Renata Silva/Capital News

No início eram puxões pelos braços, cabelos, depois socos, chutes e ponta pés
Nós vamos chamá-la de Val, ela é uma mulher de 43 anos vítima de violência doméstica. Ela é nasceu em Cascavel, no Paraná, mas está há 10 anos em Campo Grande depois de fugir de um marido violento. “Ele me batia muito mesmo, até na gravidez ele me espancava”, detalhou.
"Até na gravidez ele
me espancava"
Mas nem sempre o companheiro foi violento. A mulher conta que conheceu o homem em São Paulo e que no início ele era muito carinhoso e não media esforços para fazer todos os gostos dela. Com tantas atitudes positivas no início do relacionamento, Val se apaixonou , “ele me dava presentes, as vezes presentes caros que nem eu achava que merecia”, frisa.
A violência começou de forma sútil, por meio de cenas de ciúmes, proibições o uso de roupas, que eram justificadas com a desculpa de prova de amor e ela achava que era normal. Tudo mudou assim que começaram a dividir o mesmo teto, de verbais as agressões passaram a ser físicas.
"No início eram puxões pelos braços, cabelos, depois socos, chutes e ponta pés"
Ela lembra que na época com 27 anos e com um filho de um outro casamento, o homem revelou a verdadeira face, agredindo-a e o menino de 9 anos. “Mudou tudo. No início eram puxões pelos braços, cabelos, depois socos, chutes e ponta pés. Meu filho levou até tapa na cara”, explicou.
Diante daquele ambiente violento, Val mandou o filho para Campo Grande para morar com a mãe dela, para que ele não apanhasse e nem presenciasse as agressões, mas ela continuou com o companheiro porque gostava muito dele. Na casa, só os dois, ela descobriu um dos motivos que o deixava violento, a cocaína.
Renata Silva/Capital News

Hoje eu aconselho todas as mulheres ao primeiro sinal de violência denuncie
Apesar de viver as constantes agressões, a mulher não abandonou o relacionamento e engravidou, mesmo a espera de um bebê, continuou apanhando. Ela conta que já chegou a denunciar, mas não se sentiu amparada, “parecia que a culpa era minha, as pessoas me tratavam como se eu fosse a culpada”, detalhou.
Ainda foram uns anos até a mulher conseguir romper o ciclo de violência. De acordo com uma análise feita pelo núcleo de gênero do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) as mulheres vítimas de violência em seus relacionamentos podem levar mais de 10 anos para denunciar o crime. A Val só conseguiu romper o risco depois que a mãe dela comprou uma passagem para que ela voltasse para Campo Grande, local que a família já morava.
"Ele foi atrás de mim
para me matar"
A mulher fugiu, foi embora escondida do companheiro. O recomeço não foi fácil, mas detalha que foi necessário para a retomada da identidade. O ex companheiros atormentava e queria voltar a qualquer custo, mas sempre com atitudes violentas “ele foi atrás de mim para me matar. Só não aconteceu porque eu consegui ver a faca quando se aproximou de mim”, detalha.
"Aconselho todas as mulheres ao primeiro sinal de violência denuncie"
Já faz dez anos que Val terminou o relacionamento, ela faz acompanhamento psicológico e participa de um grupo de apoio. “Eu continuava com ele porque eu pensava que poderia mudar que o relacionamento poderia melhorar. Hoje eu aconselho todas as mulheres ao primeiro sinal de violência denuncie”.
Em comemoração pelos 16 anos da Lei Maria da Penha, e para reforçar o enfrentamento da violência contra as mulheres, o Congresso Nacional lançou, a campanha Agosto Lilás, com o tema "Um instrumento de luta por uma vida livre de violência".
Segundo dados da secretaria de segurança Pública do Estado. Em Mato Grosso do Sul até o dia 05 de agosto foram registradas 11.288 ocorrências de violência contra mulher no ano passado foram 18.480.
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Entrevista | Mês de conscientização contra a violência doméstica
“É uma oportunidade de tocar no assunto. A sociedade como um todo precisa falar sobre isso”
De acordo com a psicanalista e coordenadora do Projeto Nova Viviane Vaz esse mês é um momento muito importante para a sociedade porque muitas mulheres são agredidas pelos maridos e elas não falam. “É uma oportunidade de tocar no assunto. A sociedade como um todo precisa falar sobre isso”, reforçou.
Projeto Nova

Viviane Vaz. É um mês importante, muitas mulheres são agredidas pelos maridos e elas não falam
Serviço
Projeto Nova é uma ong que oferece tratamento psicossocial para sobreviventes da violência e exploração sexual. Mais informações podem ser obtidas via Whatsapp, pelo número: (67) 3324-4200, ou no site do projeto: http://projetonova.com/.
As doações podem ser realizadas na conta do Projeto Nova / Funasph:
Caixa Econômica - Agência: 3144
Operação: 013 - Conta: 13566-0
CNPJ: 07.650.299/0001-79
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