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Polícia Quarta-feira, 21 de Setembro de 2022, 09:11 - A | A

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Omertá

Gaeco pede que delegado alvo da Omertà perca o cargo

Delegado Márcio Shiro Obara teria travado as investigações para beneficiar mentores de crime

Iury de Oliveira
Capital News

Deurico/Arquivo Capital News

Márcio Shiro Obara

Márcio Shiro Obara

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apresentou as alegações finais sobre o processo que apura crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e obstrução à justiça, no âmbito da Omertà. Foi feito pedido de perda do cargo para o delegado Márcio Shiro Obara e o investigador Célio Rodrigues Monteiro.

 

O Gaeco reforçou nas alegações finais as provas de que o delegado Obará, então titular da Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídios (DEH), teria recebido R$ 100 mil em propina para travar as investigações de execuções em Mato Grosso do Sul  e dessa maneira não se chegar até os mentores dos crimes.

 

As mortes em questão são a do então chefe de segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Ilson Martins Figueiredo, bem como de Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o Betão, e o policial civil Anderson Celin Gonçalves da Silva, os dois últimos foram encontrados carbonizados na carroceria de uma camionete na fronteira.

 

O Gaeco chega a mencionar que Obara relatou os investigados na Omertà como integrantes das “duas organizações criminosas mais poderosas do Estado e que se comunicavam entre si”, sendo essas supostamente comandadas por Jamil Name, em Campo Grande, e Fahd Jamil, em Ponta Porã.

 

Omertá

Inicialmente a operação foi deflagrada para cumprimento de 13 mandados de prisão preventiva, dez de prisão temporária e 21 mandados de busca e apreensão, todos em Campo Grande. O foco é uma organização criminosa atuante na prática dos crimes de homicídio, milícia armada, corrupção ativa e passiva, dentre outros.

 

Na terceira fase da operação, também foram presos em Campo Grande o delegado Obara, acusado de receber R$ 100 mil em propina. Além da Capital, os policiais também estiveram na cidade de Ponta Porã.  Conforme a investigação o alvo era o empresário Fahd Jamil Georges,  vulgo “Fuad". Conhecido como “padrinho da fronteira”, Fahd Jamil é ligado ao empresário campo-grandense Jamil Name, que está preso desde o início do ano de 2020 acusado de comandar grupo de extermínio na Capital.

Deurico/Arquivo Capital News

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