Única obra em andamento envolvendo mais de dois países da região, o Corredor Bioceânico projeta-se como suporte estratégico para gerar transformação econômica sem precedente em Mato Grosso do Sul.
Organizado pelo Ministério das Realizações Exteriores e promovido pelo governo do Estado e pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o 1º Fórum sobre “A Integração dos Municípios do Corredor Bioceânico” (26 e 27 de maio) assinala significativo avanço na discussão dos diferentes aspectos que envolvem a estratégica saída para o Pacífico, tão longamente sonhada.
Para uma ideia, o ‘Album Graphico de Matto Grosso’ (grafia da época), editado em 1914 na Alemanha, já trazia, encartado, o ‘Traçado da Estrada de Ferro Transcontinental do Atlântico ao Pacífico’, projetado pelo engenheiro civil inglês Emílio Schnoor. Se não propriamente um livro raro, o ‘Album Graphico’ – sou orgulhoso e feroz guardião de um exemplar original – é hoje um documento valioso de nossa historiografia.
Enquanto o sonho centenário da transcontinental ferroviária não se realiza, o Corredor Rodoviário Bioceânico avança passos concretos, graças à convergência de interesses de Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
Considerada a mais importante obra de engenharia civil da Rota de 2,4 mil quilômetros entre Mato Grosso do Sul e os portos chilenos, a ponte de 1.294 metros sobre o rio Paraguai, unindo Porto Murtinho a Camilo Peralta, no Paraguai, já foi contratada a um custo de 102,6 milhões de dólares, bancado pela Itaipu Binacional.
São, portanto, circunstâncias objetivas que conferem a este Fórum, promovido pelos poderes Executivo e Legislativo de Mato Grosso do Sul e organizado pelo Itamaraty, a relevância de marco no processo de concreta integração da América do Sul.
Única obra em andamento envolvendo mais de dois países da região, o Corredor Bioceânico projeta-se como suporte estratégico para gerar transformação econômica e modernização social sem precedente em nosso estado.
A ligação rodoviária com os portos chilenos significará substancial economia nos custos dos fretes e redução no tempo do transporte para os mercados asiáticos, agregando valor a nossas exportações e, com isso, estimulando a expansão e a diversificação da economia estadual. Os ganhos logísticos para a economia de Mato Grosso do Sul podem chegar a 500 milhões de dólares, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Além do que, como bem observa o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Paulo Correa, o Corredor Bioceânico vai conferir a Mato Grosso do Sul a condição de ‘hub logístico’, de “porta de saída para boa parte da exportação de carnes, grãos e produtos agroflorestais, como papel e celulose, do Centro-Oeste, tanto quanto de itens industrializados do Sudeste.”
- Saiba mais
- Dia internacional da mulher: igualdade de gênero é conquista em construção
- O TCE-MS em 2021: Um ano de respostas aos desafios
- Setembro Amarelo: Prevenção ao suicídio, um desafio de todos
- Pessoas com deficiência: Inclusão enfrenta barreiras
- Pantanal: MPEs unem MS e MT em defesa do bioma
- Guerra na Ucrânia: Insensatez dos homens, provação para mulheres
- Governança pública: Por uma cultura da integridade
- Fronteiras da inovação: TCE-MS e governo digital
- Agenda 2030 da ONU: desenvolvimento sustentável é desafio comum e urgente
- Pesadelo real: Fome no Brasil é drama diário de 19,3 milhões
- ‘Revoga MS’: Saneamento oportuno
- Combate à corrupção, desafio civilizatório
- Um Pantanal, Dois Estados E o Nosso Dever Comum
- Covid-19: Consciência cidadã é arma de defesa coletiva
- Crianças e adolescentes: UNICEF Propõe que Municípios Reduzam Índices Sombrios
- A retomada do Aquário do Pantanal
- Hora é de união de todos contra o inimigo comum
- 25/03, Dia da constituição: Data impõe refletir sobre os riscos do radicalismo
- Qualidade do gasto público: Ainda sobre a relevância dos TCS para a democracia
- Cultura da inovação: Déficit de TI desafia pequenos municípios
- Campanha eleitoral: Que a sensatez permaneça
- PNPC: Informação como arma contra a corrupção
- Revisionismo histórico: Tiradentes, um mártir em questão?
- Mudança climática: Relevância dos órgãos de controle
- O contágio das mentes: A politização da pandemia e o risco de graves “sequelas sociais”
- LGDP: Por uma cultura da proteção de dados
- Violência contra a mulher: Responsabilidade de todos
- TCE-MS, 40 anos: Homenagear nossa história é preparar o futuro no presente
- SÍMBOLOS NACIONAIS: Civismo, a essência da nacionalidade
- Profissionais da saúde mostram que humanidade pode ser melhor
- A Importância da Prevenção ao Suicídio
- Pandemia impõe revisão de valores como tributo
- MS lidera perda: Água de superfície: o Desastre além do fogo
- Eleições 2022: Sensatez pela democracia
- Tecnologia & cidadania: estrutura virtual a serviço do controle externo eficaz
- TCE-MS e os desafios contemporâneos: Uma tarefa transformadora
- Violência na fronteira: Escalada exige pacto binacional
- MS, 45 anos: Breve história, grandes avanços
- Risco real: Radicalismo ideológico bloqueia diálogo sensato
- Brasil contemporâneo: O fenômeno dos ‘gurus’ digitais
- Desafio contemporâneo: A relevância institucional do TCE-MS - 2
- Enfrentamento da Covid-19 o TCE-MS, a crise sanitária e a responsabilidade permanente
- O incentivo à doação de órgãos
- Ideias convergentes sobre o legado do SUS
- O papel transformador do “TCE-MS Sem Papel”
- Recondução Amplia Empenho Pela grandeza da Corte
- Distância Salutar
- SUS deve ser robustecido para desafios pós-pandemia
- Um ano de pandemia: apoio a pequenos municípios será decisivo após covid-19
- COVID-19: Mais contagiosa, ômicron desafia o mundo em 2022
- Declínio da pandemia: Sensação de alívio não descarta cuidados e solidariedade
- Campo Grande, 123 anos: Capital do nosso orgulho
- Energia mais cara: nível crítico de represas põe em alerta o sistema elétrico
- Pantanal: Ficção e realidade
- Bacia do prata: Infraestrutura e integração
- Reconhecimento: Servidor público, agente da cidadania
- Biênio 2021-2022: no discurso de posse, compromissos renovados
- A dança dos Insensatos: Festas clandestinas “celebram” a morte
- Censo escolar 2021: Um inventário desafiador
- Mudança de Paradigmas
- Localização e Nome Atestam a Notável Visão do Fundador
- Sem precedente, crise do COVID-19 testa nosso senso de humanidade
- Eleições 2020: município é espaço vital para efetivação da plena cidadania
- O perigo do radicalismo ideológico
- Covid-19 “suspendeu” calendário gregoriano
- Cada vez mais frequentes: crises hídricas são alerta de que água é recurso finito
- Eleições 2022: O perigo da radicalização
- Volta às escolas: A retomada do ensino presencial
- Eleição e governança: Serviço público e democracia
- Crianças sem futuro: trabalho infantil desafia e constrange todos nós
- Auditor de controle externo: Carreira de estado vital para a governança pública
- Marco da humanidade: Já somos oito bilhões
- Efeito colateral: Ao expor diferentes "brasis", pandemia incita energia social
- STF anula aumento a servidores: Recomendação TCE-MPMS alertou para ilegalidade
- Fogo no Pantanal: Sinais de alerta para tempos desafiadores
- Consórcios intermunicipais podem ser saída para escassez de recursos
- 2020: Eleições municipais e 40 anos do TCE-MS
- Campanha excepcional deve ater-se a ideias e propostas
- Capacitação de gestores previne ilegalidades no combate à Covid-19
- A Política da Boa Gestão
- Combate à corrupção: rede de controle de MS inspira programa nacional
- Os TCs e a democracia: Artigo traz reflexão oportuna
- Por ampla competição: Orientação do TCE-MS visa sanear licitações
- Duas presidenciáveis: Protagonismo da mulher sul-mato-grossense
- 1º de maio: com 14,3 milhões sem emprego, difícil festejar o dia do trabalho
- Cobertura da mídia: Guerra na ucrânia eclipsa pandemia
- 132 anos de república: Radicalismo e valores republicanos
- Desenvolvimento de MS: Educação, fator decisivo
- Desafio do século 21: com vacinas anticovid-19, ciência dá lição de governança global
- Logística reversa: Pacto põe MS na vanguarda da reciclagem de embalagens
- Saúde, direito de todos: Há 34 anos, constituinte definia princípios do SUS
- Com EAD, Programa do TCE é Instrumento de Vanguarda
- Um Olhar Sobre a Tragédia Pantaneira
- MS tem 38,29% da população carcerária trabalhando
- A MULHER NA POLÍTICA: Sub-representação Feminina É Desafio Contemporâneo
- Um passo importante
- Cartilha do TCE-MS visa garantir transição segura nos municípios
- Pandemia: que papel teremos quando a tragédia virar história?
- Alimentação escolar: Garantir nutrição adequada é dever do gestor público
- LC Nº 31 de 11/10/1977: 44 anos da criação de MS
Importante destacar ainda o papel crucial do Corredor Bioceânico como fator de integração econômica e sociocultural das quatro nações irmanadas na iniciativa. Em paralelo com a intensificação das trocas comerciais, o Corredor terá papel decisivo para a progressiva aproximação das diferentes culturas regionais, reduzindo e anulando as ‘diferenças’ decorrentes do desconhecimento recíproco.
Portanto, a tão esperada saída para o Pacífico, ora em vias de se concretizar, resultará não só em ganhos logísticos com amplas e perenes repercussões econômicas, mas também na intensificação do intercâmbio cultural e turístico regional, bem como no desenvolvimento local de comunidades e microrregiões ao longo do Corredor Bioceânico.
Assim, a rota que em breve escoará nossos produtos até mercados asiáticos, com fretes mais baixos e em menor tempo, será também o caminho que nos aproximará, concretamente, de nossos vizinhos sul-americanos.
*Iran Coelho das Neves
Presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul.
• • • • •
A veracidade dos dados, opiniões e conteúdo deste artigo é de integral responsabilidade dos autores e não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Capital News |