No Brasil, todos os dias 32 pessoas se suicidam, o que significa uma morte a cada 45 minutos; em todo o mundo, a cada ano 700 mil indivíduos tiram a própria vida.
Realizada no Brasil desde 2014, neste ano a campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio, mobilizada em torno do slogan ‘Agir Salva Vidas’ busca ampliar a conscientização sobre um assunto que, por razões diversas – inclusive cultural e religiosa –, para muitos ainda é considerado tabu.
Segundo dados de 2019 da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 700 mil pessoas dão fim à própria vida no mundo a cada ano. No Brasil, organizações locais apontam que todos os dias 32 pessoas se suicidam, o que significa uma morte a cada 45 minutos.
Por se tratar de assunto tão complexo da perspectiva acadêmica quanto delicado pela sua repercussão humana, o debate em torno do suicídio por muitos anos esteve envolvido em mitos ou falsas premissas que dificultavam uma abordagem mais esclarecedora. Um desses mitos teve origem em estudo norte-americano que, nos anos de 1980, apontava que suicídios poderiam ocorrer “por imitação”, o que levava à conclusão de que melhor seria não tocar no assunto.
Hoje, embora advertindo que a divulgação ‘midiática’ de suicídios de pessoas famosas pode levar indivíduo em risco a consumar o ato extremo, a OMS defende que devemos, sim, falar sobre suicídio. Desde que de forma correta, sem transformar em herói quem tirou a própria vida, e, no caso da mídia, sem jamais divulgar técnicas ou meios utilizados.
A propósito, uma das medidas preconizadas pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, para reduzir o número de suicídios no mundo, é a cobertura “comedida e responsável” desses episódios. As outras são: limitar o acesso a meios para o suicídio, como pesticidas e armas de fogo; promover habilidades socioemocionais para a vida junto a adolescentes; e identificar precocemente pessoas afetadas por pensamentos e comportamentos suicidas.
Sobre esta última medida, o coordenador-geral de saúde mental do Ministério da Saúde, Rafael Bernardon, aponta que um dos falsos mitos sobre o suicídio é que a pessoa que tem intenção de tirar a própria vida não fala sobre isso. “Sabemos que isso não é verdade e que devemos considerar seriamente todos os sinais de alerta”, diz ele.
Muitas vezes, dizem estudiosos do assunto, manifestações como “vou desaparecer”, “vou deixar você em paz” ou “eu queria dormir e nunca mais acordar” são consideradas apenas exageros retóricos ou até mesmo chantagem emocional, quando na verdade podem ter claro teor de alerta de que a pessoa está pensando em suicídio.
Frequentes referências a morte e suicídio, manifestações de desalento, sentimento exagerado de culpa e de descrença quanto ao próprio futuro são outros indicativos de tendência suicida que precisam ser levados muito a sério por quem está próximo. Subestimá-los ou simplesmente ignorá-los pode agravar o isolamento do indivíduo e levá-lo a considerar concretamente a possibilidade de tirar a própria vida.
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Todos os anos mais pessoas morrem por suicídio do que por HIV, malária ou câncer de mama – ou vitimadas por guerras e homicídios – aponta o relatório ‘Suicide worldwide in 2019’, divulgado recentemente pela OMS. Por isso, o suicídio – ou a sua prevenção – é considerado uma questão de saúde pública.
No Brasil, a Lei 13.819, de 2019, que instituiu a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, significou avanço importante no desenvolvimento de abordagens permanentes, articuladas entre governos, universidades e organizações privadas que se dedicam ao assunto.
Poder público e sociedade, porém, precisam estar cada vez mais mobilizados para reduzir os índices de suicídio, seja pela ampliação da oferta de tratamento de transtornos mentais, seja através da conscientização sobre os indícios apresentados por pessoas potencialmente suicidas.
Neste sentido, o ‘Setembro Amarelo’ confirma-se, a cada ano, como extraordinária iniciativa de mobilização em torno de um assunto sobre o qual todos nós devemos refletir. E agir, como prega o slogan da campanha.
*Iran Coelho das Neves
Presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul
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