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Política Quinta-feira, 19 de Outubro de 2017, 10:56 - A | A

Quinta-feira, 19 de Outubro de 2017, 10h:56 - A | A

Frigoríficos fechados

CPI da JBS prepara liminar para retomada dos abates no Estado

Presidente da Assembleia Legislativa está em SP para receber da empresa garantias para desbloqueio de bens

Flávio Brito
Capital News

Deurico/Arquivo Capital News

Frigorifico JBS

Unidade da JBS

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da JBS na Assembleia Legislativa vai entrar com uma liminar junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, exigindo que a empresa retome os abates nas unidades frigoríficas do Estado. A intenção foi manifestada durante a sessão plenária desta quinta-feira (19). A medida recebeu o apoio dos deputados como Dr. Paulo Siufi, João Grandão e Mara Caseiro, acompanhando a indicação feita por Maurício Picarelli.

A assessoria jurídica da CPI vai elaborar o pedido de liminar que será entregue ainda na manhã desta quinta-feira, conforme previsão feita por Siufi. No início do Grande Expediente, o deputado Pedro Kemp fez uso da palavra para informar que os membros da CPI apoiam as reivindicações dos trabalhadores da empresa, que temem pelo fechamento das plantas e, consequentemente, o encerramento dos postos de trabalho.

O presidente da Casa de Leis, deputado Júnior Mocchi, participa nesta quinta de uma reunião com o vice-presidente da JBS, em São Paulo (SP), para receber da empresa possíveis garantias para permitir o desbloqueio de bens, no total de R$ 730 milhões. O desbloqueio permitiria a retomada dos abates, que foram suspensos nesta quarta-feira (18).  


Segundo Kemp, após o a reunião de Mocchi com o dirigente da empresa sobre as possíveis garantias de ressarcimento dos benefícios ficais recebimentos indevidamente do Estado, uma reunião será realizada, mediada pela TJMS, com representante do Ministério Público, para o fechamento do acordo. “O acordo com será assinado ser houver uma cláusula que garante os empregos. O governo não tem interesse em posto de trabalho”, garantiu Kemp.

Daniel de Souza fez o uso da palavra, representando os funcionários. Em ato simbólico, Daniel tirou “a botina da humildade” e colocou o calçado que usava sobre o púlpito. “Para os deputados estarem calçados com gente, é preciso entender o medo que estamos sentido”, disse. Falando em nome da categoria, Daniel pediu que seja respeitado o acordo de leniência firmado entre a JBS e o Ministério Público Federal.

Pela negociação aprovada, a holding pagará R$ 10,3 bilhões a título de multa e ressarcimento mínimo. Desse total, R$ 8 bilhões serão destinados a entidades e órgãos públicos lesados em consequência de atos criminosos praticados pelas empresas controladas pelo grupo. O restante, R$ 2,3 bilhões, financiará projetos sociais.

Segundo o funcionário, é desse montante que a categoria espera que seja compensado os valores devidos pela JBS, em impostos, ao Estado de Mato Grosso do Sul. Justificando a suspensão dos abates, a empresa alega “insegurança jurídica”.

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